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Layse Dias entrou em Direito na UFRN aos 15 anos |
Layse Dias, natural do Rio Grande do Norte, embarca neste domingo (3) para os Estados Unidos, onde iniciará o mestrado em Direito na Universidade de Harvard.
Aos 25 anos, a jovem trabalhou em um dos principais escritórios de advocacia de São Paulo e foi aprovada na instituição americana após uma trajetória iniciada precocemente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde ingressou no curso de Direito aos 15 anos, antes mesmo de concluir o Ensino Médio.
Na época, ela prestou o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) como "treineira", sem esperar que a nota fosse suficiente para uma vaga pelo SISU (Sistema de Seleção Unificada).
Para conseguir a matrícula, ela recorreu à Justiça e obteve o direito de realizar o Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos), garantindo o certificado do ensino médio por meio de um mandado de segurança.
"Minha mãe ficou me esperando em um banquinho na frente da faculdade, todos os dias, porque eu tinha aula à noite e era basicamente uma pré-adolescente", relembra. "Ela não queria que eu me sentisse desassistida."
Layse relata que a convivência com colegas mais velhos e a diversidade do ambiente universitário foram determinantes para seu amadurecimento.
Ao longo da graduação, Layse desenvolveu projetos acadêmicos e participou de experiências internacionais.
Em 2017, cursou francês na Universidade Sorbonne, em Paris, e passou a dar aulas do idioma no Instituto Ágora, da UFRN.
No ano seguinte, foi aprovado para o evento Conferência na Prática, da Fundação Estudar, onde conheceu representantes do escritório Barbosa Müssnich Aragão (BMA).
No Capitólio, holding jurídica da UFRN, idealizou viagens para que os alunos conhecessem escritórios em São Paulo.
Durante uma dessas visitas, reencontrou uma sócia do BMA que havia conhecido anteriormente, o que contribuiu para sua entrada no escritório. Também participou de uma palestra em Fortaleza, onde conheceu Paulo Aragão, sócio da BMA, que encaminhou seu currículo ao RH da empresa.
Em 2019, após ser contratada, Layse se mudou para São Paulo. Ela continuará vinculada ao BMA durante sua estadia nos Estados Unidos, tirando uma licença de um ano para se dedicar ao mestrado.
"A Faculdade pública tem um perfil diverso: gente trabalhando, com filho, na segunda graduação… Foi uma diferença gigante em relação ao ensino médio", afirma.
A jovem foi aprovada em Harvard com uma bolsa parcial de 5 mil dólares e acesso a empréstimos com juros reduzidos, mas ainda busca formas de custear os cerca de 80 mil dólares (R$ 446 mil) da especialização, além das despesas diárias.
"Mesmo com a bolsa-auxílio que ganhei no meu trabalho e com todas as minhas economias, não consigo cobrir tudo. Estou tentando", diz.
"É engraçado olhar para trás: eu estava em Natal e não conhecia ninguém que pudesse abrir as portas para mim. Tinha um plano ambicioso de ir para São Paulo. E deu certo", conclui.
Agência RT Brasil
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