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Dos oito deputados federais eleitos pelo Rio Grande do Norte em 2018, quatro aproveitaram a janela partidária – regra criada pelos próprios políticos para que mudem de partido sem sofrerem consequências legais -, migraram para novas legendas. O deputado Benes Leocádio, o mais votado do Estado, já está na sua terceira legenda. Benes saiu do PTC, com anuência do presidente nacional, e foi para os Republicanos. Agora, está no União Brasil.

Outro que deixou a legenda foi o deputado General Girão, que não quis seguir para o União Brasil – partido pelo qual naturalmente pertenceria, visto que ele chegou à Câmara dos Deputados pelo PSL, que se fundiu com o Democratas formando o bilionário União Brasil. Girão está no PL, partido do seu mentor político, o capitão da reserva e presidente Jair Bolsonaro. O PL detém a maior bancada na Câmara Federal.

A deputada Carla Dickson, suplente do Pros, chegou à Câmara depois que o deputado Fábio Faria, eleito pelo PSD, aceitou o convite para ser ministro das Comunicações. Por coincidência, os dois mudaram de partidos: Carla foi pro União Brasil, e Fábio, mesmo sem ter a pretensão de concorrer em outubro, informação dita por ele mesmo em coletiva que declarou apoio ao seu colega de ministério – Rogério Marinho -, que disputará o Senado Federal, deixou o PSD e foi se juntar ao deputado Beto Rosado no PP.

Tanto Carla, quanto Fábio entram nesta estatística porque aproveitaram a janela partidária. Carla porque queria se candidatar por outra legenda, mas como está no Congresso Nacional, não poderia arriscar perder seu mandato, caso o fizesse fora do prazo definido para a migração. Já Fábio está no Ministério, mas é deputado licenciado, que mudou de partido também se aproveitando da janela partidária. Ninguém quer correr o risco de perder o mandato.

Beto Rosado, no entanto, é um capítulo à parte, não mudou de legenda, mas chegou ao Congresso por vias judiciais, quando conseguiu liminar em uma ação que até hoje está emperrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o mandato em questão, segundo o Tribunal Regional Eleitoral do RN (TRE/RN) pertence ao deputado Fernando Mineiro (PT), que obteve a terceira maior votação no Estado: 98.070 votos.

A deputada Natália Bonavides, segunda mais votada com 112.998, continua no PT. Assim como ela, os deputados Walter Alves, Rafael Motta e João Maia permaneceram nas siglas em que se elegerem, respectivamente, MDB, PSB e PL. Vale lembrar que em 7 de maio de 2019, o TSE autorizou o Partido da República (PR) a mudar de nome, voltando a se chamar Partido Liberal (PL).

O prazo para a janela partidária foi aberto em 3 de março e terminou nesta sexta, 1º de abril. Ressaltando, o mandato pertence à legenda. Este ano, esse remédio jurídico eleitoral beneficiou os deputados federais, estaduais e distritais (que são os representantes do Distrito Federal e equivale a deputado estadual). Os vereadores não foram beneficiados desta vez, visto que a janela partidária é para quem está perto de concluir o mandato.

Três deputados da ALRN vão tentar o 10º mandato, dois deles trocaram de legenda

Três deputados estaduais caminham para o 10º mandato: José Dias, Getúlio Rêgo e Vivaldo Costa. Os dois últimos resolveram mudar de legenda. Getúlio, após anos nos Democratas (ex-PFL e atual União Brasil), migrou para o PSDB. Vivaldo deixou o PSD e foi para o PV. Outro decano do legislativo estadual, José Dias ficou no PSDB.

Vivaldo afirmou que deixou a legenda após mudanças no diretório estadual. Celebrando 50 anos de vida pública, ele conta com o apoio de diversos prefeitos em cidades importantes, vice-prefeitos, presidentes de câmaras, vereadores, ex-prefeitos e lideranças em todas as regiões do RN. Respeitado no meio político, recebeu convite para ingressar no PSDB, PL, União Brasil e outras siglas, fazendo a opção do PV junto com os deputados George Soares (ex-PL), Eudiane Macedo (ex-Republicanos) e Hermano Moraes (ex-PSB). Com isso, a bancada do PV foi a que mais cresceu saindo do zero para quatro deputados.

Completando o movimento da janela partidária, teve Cel. Azevedo que saiu do PSC e foi para o PL. Chegaram ao PSDB: Albert Dickson (ex-Pros), Bernardo Amorim (ex-MDB), Galeno Torquato (ex-PSD), Getúlio Rêgo (ex-DEM), Kleber Rodrigues (ex-PL), Nelter Queiroz (ex-MDB) e Ubaldo Fernandes (ex-PL).

Eles se juntaram aos deputados Ezequiel Ferreira – presidente da Casa, Gustavo Carvalho, José Dias, Raimundo Fernandes e Tomba Farias. Com essa migração, os tucanos detém agora 12 cadeiras no legislativo estadual. Observa-se que os partidos escolhidos pelos deputados estaduais foram PV, PL e PSDB.

São 24 assentos na ALRN, 12 mudaram de sigla. Outros 12 permaneceram na mesma legenda, além dos cinco tucanos citados anteriormente. São eles: Francisco e Isolda Dantas, no PT; Cristiane Dantas, Kelps Lima e Subtenente Eliabe, no SDD; Jacó Jácome, no PSD; e Souza Neto, no PSB. Com o troca-troca, a nova composição da ALRN até o fim desta legislatura será: PSDB com 5 deputados, PV com 4, Solidariedade com 3, PT com 2, e PSD e PL cada com um representante.

Por Adja Brito, Repórter do Agora Rn



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