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Foto: José Aldenir/Agora RN

O consumo de bebidas adulteradas com metanol tem provocado internações e mortes em São Paulo. O estudante Diogo Marques relatou que, após ingerir gin com energético em uma noite com amigos, acordou sem enxergar. “Acordei, abri os olhos e estava tudo preto, com uma dor de cabeça muito forte”, disse em entrevista ao Fantástico. Ele ficou internado três dias e exames confirmaram a presença da substância no sangue. “É assustador. Meu amigo está internado há um mês.”

O amigo, Rafael, está em coma desde 1º de setembro, diagnosticado com ingestão de bebida contaminada. Ele está internado há 28 dias em estado grave. A mãe, Helena Martins, enfermeira, afirmou: “Ele está respirando pelo ventilador, não tem fluxo sanguíneo cerebral. Segundo a medicina, é irreversível.”

Segundo familiares, as bebidas foram compradas em uma adega conhecida. A polícia apreendeu garrafas de gin no local e encaminhou para perícia, ainda sem informações sobre a origem da contaminação.

Outro caso é de Rhadarani Domingos, que relatou em chamada de vídeo que ficou cega após beber três caipirinhas de vodca em uma festa. A irmã, Lalita, informou que ela convulsionou na UTI e foi intubada. “A expectativa é que a gente consiga algum tratamento para que ela volte a enxergar.”

A Vigilância Sanitária de São Paulo e o Centro de Investigação Toxicológica da Unicamp confirmaram seis casos de intoxicação por metanol, com três mortes, e investigam outros dez. O Ministério da Justiça informou que os episódios ocorreram em ambientes sociais, com bebidas como gin, uísque e vodca.

O metanol é usado como solvente e, no corpo humano, se transforma em substâncias tóxicas que podem causar cegueira, convulsões e morte. Sintomas de alerta incluem alterações visuais, dor de cabeça intensa, mal-estar persistente por mais de 12 horas, ataxia, náuseas e convulsões.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que monitora a fiscalização dos estabelecimentos e recomendou que bares e consumidores adquiram apenas bebidas legalizadas, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal.

O governo federal, por meio da Senad/MJSP, classificou os registros como fora do padrão, uma vez que até então eram comuns em contextos de ingestão deliberada de combustíveis. O órgão alertou que o cenário exige resposta rápida das autoridades sanitárias.

Agora RN


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