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(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve apresentar nesta semana um pacote emergencial para reduzir os efeitos do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, informa o jornal O Globo. A sobretaxa, que passou a vigorar na última quarta-feira (6), atinge diretamente setores estratégicos da economia e ameaça empregos em cadeias produtivas inteiras.

A medida do governo norte-americano adicionou 40% à tarifa de 10% já aplicada desde abril, elevando o total para 50%. Apesar de quase 700 produtos — de um universo de cerca de 4 mil exportados pelo Brasil — estarem isentos, a sobretaxa vai impactar 35,9% das vendas brasileiras para os EUA, especialmente carnes, café e frutas.

Crédito emergencial para setores mais afetados - Os ministérios da Fazenda, Casa Civil e Indústria e Comércio estão finalizando os cálculos para implantação de linhas emergenciais de crédito. O objetivo é oferecer financiamento rápido para empresas com maior dificuldade de redirecionar a produção ao mercado interno ou a outros países.

Segundo o ministro Fernando Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin, será feita uma avaliação “caso a caso” para identificar as companhias mais afetadas e definir a forma de repasse dos recursos.

Programas de proteção ao emprego - Duas opções estão na mesa para evitar demissões. A primeira é reativar o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado em 2015, que previa redução proporcional de jornada e salário, com compensação parcial paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A segunda é adotar o modelo de Apoio Financeiro usado em 2024 para socorrer empresas do Rio Grande do Sul atingidas por enchentes, garantindo duas parcelas de um salário mínimo diretamente aos trabalhadores.

Em ambos os casos, as empresas terão como contrapartida a manutenção dos postos de trabalho.

Compras governamentais e estímulo ao consumo interno - Outra medida do pacote será a compra, pelo governo, de produtos originalmente destinados à exportação, priorizando perecíveis como pescados, frutas e mel. Representantes do setor alimentício foram convocados para apresentar listas de mercadorias excedentes e preços adequados para viabilizar as operações.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, destacou que também está em análise a concessão de subsídios para a venda desses produtos no mercado interno, evitando perdas e garantindo a cobertura dos custos de produção. O Ministério da Agricultura avalia ainda aumentar a proporção de ingredientes naturais em sucos, iogurtes e sorvetes industrializados, criando nova demanda para parte dessa produção.

Com o anúncio previsto para os próximos dias, o Palácio do Planalto busca dar uma resposta rápida ao impacto das tarifas norte-americanas, preservando empregos e reduzindo prejuízos ao comércio exterior brasileiro.

Brasil 247




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