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O primeiro toque da água no Seridó foi recebido com silêncio e expectativa. Às margens do Rio Piranhas, em Jardim de Piranhas, moradores se aproximaram da estação de captação da Caern para ver o que, até então, parecia distante.

“Quando a gente olha para o rio e vê a água chegando, a gente entende que não é só um projeto, é a vida entrando na nossa cidade”, disse Maria Antônia da Silva, 67 anos, comerciante que acompanha a chegada do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) a sua terra natal.

A governadora Fátima Bezerra, ressaltou o caráter histórico do momento. “O que nós estamos fazendo aqui hoje é história. Nós estamos celebrando a chegada das águas do São Francisco ao Seridó, agora de forma planejada, consistente, eficiente e contínua. Isso significa que, a partir de agora, o povo do Seridó conta, para sempre, com essas águas para saciar a sede e para promover o desenvolvimento”, afirmou.

A cerimônia começou em Jardim de Piranhas, às 15h, e seguiu às 17h para a abertura das comportas da barragem de Oiticica, em Jucurutu, permitindo que o fluxo seguisse em direção à barragem Armando Ribeiro Gonçalves.

Fátima lembrou ainda que a obra carrega dimensões humanas e sociais que atravessam gerações. “Eu nasci no Seridó paraibano, em Nova Palmeira, e sei o quanto de dor essa seca trouxe para o nosso povo. Hoje, celebramos um feito que não tem preço, tem valor. Valor humano, valor social”, destacou. A governadora também fez questão de enaltecer o papel do presidente Lula. “Foi ele quem teve a coragem de tirar essa obra do papel, que o Nordeste esperava há 150 anos. E agora voltou para concluir e entregar ao nosso povo.”

Ao lado dela, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, reforçou a importância do investimento para além do abastecimento humano. “Nós não estamos falando só de água para matar a sede. Estamos falando de desenvolvimento, de turismo, de agricultura, de geração de oportunidades. O presidente Lula deixou claro: é preciso acelerar para que a água também seja motor do desenvolvimento econômico do semiárido”, disse.

Góes também lembrou o esforço do governo federal para garantir a chegada efetiva das águas. “Quando Lula voltou ao governo, não havia recursos no orçamento para as obras do Apodi, de Oiticica, nem para o sistema do Seridó. Ele providenciou, revitalizou as bombas de bombeamento que estavam quebradas e garantiu o funcionamento do eixo norte da transposição. Sem isso, a água não estaria aqui hoje.”

O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do país, com 477 quilômetros de extensão em dois eixos. Ele vai garantir segurança hídrica a 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Com a abertura das comportas da barragem de Oiticica, as águas seguirão em direção ao maior reservatório do estado, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, inaugurando uma nova etapa de segurança hídrica. “Estamos conectando infraestrutura e vida. Não se trata apenas de engenharia, mas de dignidade para o povo potiguar”, disse a governadora Fátima.

O marco desta terça-feira, 19, representa a superação da antiga “indústria da seca” e inaugura um novo ciclo: água de forma planejada, sustentável e contínua para o povo do Seridó e de todo o Rio Grande do Norte.


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