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Foto: Agência Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) confirmou, durante entrevista a um podcast nesta segunda-feira (21), que teve suas contas bancárias bloqueadas por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico. Apesar da denúncia feita pelo parlamentar, o STF não confirmou oficialmente a existência da medida até o fechamento da reportagem. Eduardo, porém, optou por tentar transformar a situação em capital político no exterior, protagonizando declarações que alimentam a campanha internacional contra o próprio país.

Na mesma entrevista, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi além e admitiu que atuou diretamente para sugerir aos Estados Unidos a adoção de tarifas comerciais contra o Brasil, numa clara afronta aos interesses nacionais. “Não era o meu desejo [as sanções], sempre trabalhei por sanções individuais a Alexandre de Moraes”, declarou. A frase, no entanto, escancara o nível de submissão do parlamentar ao governo estrangeiro, ignorando que qualquer tipo de sanção comercial impacta toda a economia brasileira.

Eduardo Bolsonaro ainda confessou que o objetivo inicial era mirar especificamente Alexandre de Moraes e ampliar depois para outras autoridades do Brasil. “Desde o começo nossa ideia era sancionar o Alexandre de Moraes e depois seguir para outras autoridades”, afirmou, revelando uma escalada autoritária contra o sistema judicial brasileiro. Em seguida, fez um elogio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que cumpre seu segundo mandato iniciado em 2025. “Trump gosta de ter todas as alternativas na mesa dele, e depois ele decide”, declarou, celebrando a postura de pressão contra o Brasil.

Para Eduardo Bolsonaro, “há uma crise institucional antes da questão comercial”, e o bloqueio econômico seria uma ferramenta legítima de pressão sobre as instituições democráticas brasileiras. “Era para ser o último recurso de um longo processo [as tarifas ao Brasil]”, afirmou, numa fala que escancara a atuação de um parlamentar brasileiro em favor de sanções internacionais contra o próprio país. De maneira alarmante, Eduardo chegou a declarar apoio às medidas de Trump: “Eu concordo e eu chamo de tarifa Moraes”, disse. “Antes de qualquer tipo de questão comercial vem a questão institucional”, completou, minimizando os prejuízos econômicos à população brasileira.

Enquanto isso, Eduardo enfrenta problemas legais no Brasil. Sua licença da Câmara dos Deputados, que estava em vigor enquanto ele permanecia nos Estados Unidos, encerrou-se no domingo (20). Segundo o Valor Econômico, o deputado e aliados traçam estratégias para tentar manter seu mandato, incluindo a possibilidade de ocupar cargos em secretarias estaduais ou municipais, além de defender alterações no regimento da Câmara para permitir trabalho remoto. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou que está sendo discutida uma “saída política”. “O que eu posso garantir é que o deputado Eduardo Bolsonaro vai concluir o mandato e, considerando a perseguição que acontece no Brasil, isso vai acontecer onde ele mora atualmente”, afirmou.

Do lado da oposição, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), criticou a postura do bolsonarista e reforçou pedido para bloqueio de seu salário parlamentar. Segundo Lindbergh, Eduardo utilizou o mandato para atuar no exterior em campanhas contra o Brasil, valendo-se da imunidade parlamentar para proteger ações contrárias aos interesses nacionais.

Em mais um sinal de sua tentativa de manter privilégios, Eduardo afirmou em transmissão ao vivo que poderia “levar o mandato” por pelo menos mais três meses: “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses”, declarou em seu canal no YouTube. Mesmo com a agenda de oposição programada para segunda-feira (21) na Câmara, Eduardo não participou da reunião virtual em razão de uma medida cautelar do STF que o impede de manter contato com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente cumpre medidas restritivas, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.

A entrevista evidencia o papel lamentável desempenhado por Eduardo Bolsonaro: não apenas se coloca contra instituições nacionais, mas também atua como peça auxiliar de um governo estrangeiro para sufocar economicamente o próprio país.

Brasil 247



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