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Unindo a sabedoria popular dos avós e ciência, estudantes do terceiro ano da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, criaram um projeto que transforma a casca da aroeira, planta nativa da América do Sul, em um extrato. O produto tem o potencial para ser utilizado momentos antes de cirurgias hospitalares, sendo um antisséptico que pode reduzir infecções.  

Tudo começou na comunidade do Jucuri, zona rural de Mossoró. A avó do Otávio Costa, um dos participantes do projeto, através da sabedoria popular, utilizava a aroeira como um processo de antissepsia para limpar feridas. A experiência passada de pai para filho, através do cotidiano, transformou-se em ciência que pode auxiliar profissionais da saúde.  

“Conversando com a minha avó diariamente, ela me ensinou que a aroeira servia para higienizar feridas. Ela utilizava antigamente e nós pensamos em desenvolver algo a partir da metodologia dela para diminuir justamente essas taxas de infecções”, afirma Otávio Costa. 

Depois de apresentações em diversos espaços de Mossoró, os estudantes estão a um passo importante: apresentar o projeto em âmbito nacional. Sendo um dos finalistas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), considerado o maior evento de ciências pré-universitárias, os jovens cientistas terão a chance de mostrar as ações que estão desenvolvendo. O evento será em São Paulo de 18 a 22 de março.    

Tendo como nome “Higienização pré-cirúrgica com extrato aquoso da Myracrodruon urundeuva (Aroeira): uma abordagem natural”, o projeto tem atuado na identificação da antimicrobiana [substâncias que têm a capacidade de inibir o crescimento de microorganismos] do extrato aquoso da aroeira, com foco na diminuição e tratamento de infecções hospitalares – umas das grandes causas atuais da ampliação do tempo de internação e óbito. 

O professor e orientador do projeto, Michael Pratini explica que a expectativa do grupo é criar um produto que auxilie os pacientes e reduza as infecções hospitalares. “Não só pelo preço mais barato, mas também que valorize a região por ser um produto daqui”, comenta. 

Os estudantes Francisco Felipe, Otávio Costa e Gustavo Mateus e também o coordenador Douglas Arenhart, que fazem parte da ação, afirmam que querem fazer testes em seres humanos para confirmar a autenticidade do produto. Depois de passar por um comitê ético, a equipe dos jovens cientistas almejam patentear o produto, tendo como objetivo firmar parcerias com empresas dispostas a investir na produção do extrato. 

Os alunos comentam que estão ansiosos para apresentar o projeto na Febrace. Para eles, a oportunidade significa abrir portas para novas possibilidades e crescimento das ações que estão desenvolvendo. “A visibilidade e abrangência que essa feira proporciona nos enche de orgulho e nos motiva a apresentar o nosso trabalho da melhor forma possível”, comenta Gustavo Mateus.

Para Francisco Felipe, a elaboração de todas as etapas proporcionou “vivência, aprendizado e entusiasmo, consolidando meu apreço pela ciência”. Douglas Arenhart, coorientador frisa que “fazer parte do projeto me proporcionou estudar e conduzir pesquisas em áreas diferentes do habitual, sendo algo muito importante para minha graduação”, conclui. 

Os membros do projeto comentam que a pesquisa é importante por valorizar uma planta da região – a aroeira – que pode estimular a preservação da árvore e contribuir na redução de internações por infecções hospitalares. O objetivo é unir costumes regionais atrelados à ciência.


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