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O ex-deputado Ney Lopes, que era pré candidato ao senado pela PMB, acaba de soltar uma nota desistindo de concorrer na eleição para o senado está ano.

Segue a nota:

Aos amigos e amigas do RN

Dirijo-me às amigas e amigos do Rio Grande do Norte para comunicar-lhes, que não serei candidato à vaga de senador nesta eleição de 2022. Acho-me emocionalmente enfraquecido pela perda em pouco tempo do meu filho e da minha mãe, o que se soma a circunstancias eleitorais atípicas e notórias no estado.

Tais fatos abalaram a vontade de ter coragem. Perdi a força e o estímulo de um filho dedicado, vocacionado e preparado para a vida pública. Não ouço mais as suas palavras de solidariedade, um sentimento essencial para quem está na luta política e que cada dia parece desaparecer. Como se não bastasse, a minha mãe partiu para a Eternidade. A dor da saudade desses dois entes queridos atinge toda a família. Dar um passo para trás e não disputar a eleição, não é recuar, regredir ou omitir-se. O erro está quando saímos e não seguimos outro caminho.

Continuarei na vida privada, em defesa da distribuição justa de oportunidades e redução das desigualdades sociais, na linha da Doutrina Social da Igreja. Para isso, não é necessário ser “esquerda”, ou “direita”. As doutrinas não têm rótulos. Elas têm conteúdo e compromisso intransigente com as liberdades e o estado de direito. A resposta da atual crise brasileira resume-se na eliminação dos “vícios de excesso” (extremismos), de que falou Aristóteles e ao mesmo tempo seguir a regra de São Tomás de Aquino, de que o bom senso não é incompatível com coragem, fortaleza e sabedoria.

Não desejo destilar ressentimentos, ou motivar confrontos contra ninguém, mas devo dizer que desde a adolescência, quando me iniciei na política, nunca vi uma eleição estadual como a deste ano. Sempre afirmei, que a minha luta era de Davíd contra Golias e que Davíd tinha vencido. Porém, na verdade enfrento não só um Golias, mas vários Golias, todos eles com “patrocínios” poderosos, privados e públicos.

Nada contra as liberações de verbas e bens para municípios carentes. A legislação eleitoral não impede que essas obras e serviços públicos beneficiem os municípios, desde que seja respeitado o caput do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, que proíbe expressamente, a partir da pré-campanha, “condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais”. É óbvio, que todos os atos proibidos na campanha eleitoral propriamente dita são também vedados na pré-campanha. Incluem-se, portanto, vedações ao “uso promocional em favor de candidato” de bens ou serviços custeados pelo poder público. No RN, liberações de convênios, doações de bens e serviços foram e são realizadas, com os pré-candidatos presentes, liderando passeatas políticas.

Diante das dificuldades econômicas e sociais do estado, tais distorções e benesses contribuem para o eleitor de boa-fé admitir, que a escolha de um senador é em função unicamente da doação de recursos públicos, ou obras, o que significa desserviço à cidadania. O senador deverá ser legislador, com experiência comprovada, compromisso social. Ele será avaliado e julgado, em função de leis diretamente associadas aos interesses coletivos, semelhantes as recentes mudanças na CLT, previdência social etc.

Sou convencido, de que o maior problema da pobreza não é somente a falta de dinheiro, mas a falta de consciência política. Por tal razão, convidei há meses os concorrentes ao senado para um debate público democrático, no qual a “radicalização” fosse com propostas e teses políticas. Como resposta, silêncio sepulcral e “sabotagem”.

Acreditei, que a campanha poderia ser feita a base da experiência que acumulei e serviços prestados como legislador ao RN e ao país, nos 24 anos em que exerci mandato de deputado federal. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), durante 13 anos (até a minha saída em 2006) escolheu os 100 parlamentares mais influentes do Brasil e apenas oito estiveram sempre na lista, entre eles o meu nome.

Entretanto, cheguei à conclusão, de que na atual eleição do RN, de nada adiantará a prova da prestação de serviços e defesa de ideias, sem ter como transmiti-las à opinião pública. Tudo está minado, por interesses pessoais específicos. A pré-campanha mostrou-me isolamento, omissões, humilhações veladas, exclusões e limitações, até de quem não esperava. Prefiro agora não detalhar fatos concretos, por sair da disputa sem mágoas.

Por fim, agradeço ao PARTIDO DA MULHER BRASILEIRA, presidido no RN de forma competente pela senhora Viviane Oliveira de Souza, que me acolheu em seus quadros. Também registro a satisfação de compartir a pré-campanha com a doutora Clorisa Linhares, candidata ao Governo do estado, uma mulher ética, corajosa, a quem desejo sucesso, extensivo a todos que compõem a lista partidária para disputa de deputado federal e estadual, todos eles movidos pelo espírito público de servir ao RN. Menciono igualmente agradecimentos ao presidente do “Patriotas” Marcel de Brito Vital, candidato a deputado federal, que aceitou coligar-se conosco, numa negociação limpa e honesta.

Agradeço igualmente aos familiares, amigos e amigas que me estimularam e encorajaram. Ao jornalista Tertuliano Pinheiro e sua devotada equipe, responsáveis pela excelente divulgação da pré-campanha, que permitiu mostrar pelas redes sociais o dever cumprido como parlamentar.

À minha esposa Abigail, filhas e netos, com quem sempre dialoguei na tomada de decisões para construção de sonhos futuros, o reconhecimento pelo conforto, compreensão e tolerância.

Conclamo a todos os candidatos nesta Eleição Geral de 2022, independentemente de partidos, que sigam o conselho de JK: “jamais tenham compromisso com o erro”. Se eleitos, não percam a esperança de lutar pelo RN, para que o Estado deixe de ser aquele, que “poderia ter tido e não teve”, sempre pela falta de um advogado, que gritasse e o defendesse, na hora certa. Caso continue assim, será responsabilidade do eleitor.

Obrigado a todos, que acreditaram em mim! Deus os abençoe!

NEY LOPES


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