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Por Ney Lopes*

Uma curiosidade associa a cultura da Ucrânia aos povos que falam português.

Sendo o segundo maior país do continente europeu em território, a sua língua deu origem ao português, entre outras nações.

O jornalista português Marco Neves publicou artigo, no qual aborda que quase todas as línguas da Europa provêm de uma antiga língua chamada protoindo-europeu, que também deu origem ao persa e o hindu.

Os protoindo-europeus são aqueles que falavam a língua protoindo-europeia; um povo pré-histórico da Idade do Cobre e do início da Idade do Bronze.

A língua protoindo-europeia é o ancestral comum hipotético das línguas indo-europeias, tal como era falado há cerca de 5000 anos, nas proximidades do mar Negro, na Ucrânia.

Os estudiosos da linguística são unanimes em considerar que esse idioma  além de dar origem a línguas como o português, chegou a alcançar até o atual território chinês.

É enganadora a ideia de que cada Nação tem uma língua própria. As fronteiras linguísticas são bastante diferentes das fronteiras políticas.

Na Europa há territórios em que agregam populações, com línguas diferentes e que pertenceram a muitos países ao longo dos séculos.

Por exemplo, países trilíngues, como o Luxemburgo, passando por territórios onde há duas línguas oficiais (várias regiões de Espanha, a cidade de Bruxelas, entre tantos outros casos).

A própria cidade de Lisboa do século XVI era uma cidade que se falava português e castelhano.

Mais ao ocidente, o eslavo ocidental, com línguas como o polaco, o checo, o eslavo meridional, o sérvio, o croata, o búlgaro, classificam-se como línguas próximas, mas com tradições linguísticas e literárias distintas.

Observe-se que o croata e o sérvio (e ainda o bósnio e o montenegrino) estão muito próximos.

Todas estas línguas são padrões criados a partir da convivência de populações dentro dos mesmos territórios, ao longo do tempo.

As dúvidas linguísticas vêm do século XII. Ainda hoje há discussões sobre se o galego e o português são a mesma língua, por estarem separados por uma das mais antigas fronteiras do mundo (Espanha e Portugal).

Em resumo, estudiosos consideram a Ucrânia, hoje dilacerada pela guerra, como o berço dos idiomas falados por quase todos os europeus e países de outros continentes.

Até por esse aspecto os ucranianos merecem receber a solidariedade internacional, neste momento difícil que atravessam.

*Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal


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