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Pré-candidato ao Planalto pelo PDT, ex-governador fala em dialogar com União Brasil e PSD; siglas tentam emplacar candidato próprio. Moro era obstáculo para aliança com União, afirma.

Senadora Leila Barros, presidente do PDT, Carlos Lupi, e pré-candidato Ciro Gomes em evento do partido em Brasília — Foto: Kevin Lima/g1

Pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, o ex-governador Ciro Gomes afirmou nesta segunda-feira (18) que pretende a dialogar com lideranças de partidos como União Brasil e PSD em busca de apoio nas eleições de outubro. Os dois partidos, até o momento, estudam lançar candidatura própria.

Questionado durante o lançamento da pré-candidatura da senadora Leila Barros (PDT) ao governo do Distrito Federal, Ciro disse que não havia entrado na "dinâmica de conversas" com lideranças do centro democrático porque havia um obstáculo: o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro.

“Tive um jantar 15 dias atrás com a direção do União Brasil. Bivar e ACM Neto. E eles perguntaram se eu admitia entrar em uma dinâmica de conversas com essas outras pessoas. Eu disse a eles que, a mim, repugnava a ideia de sentar com um inimigo da República como o Sergio Moro. Parece que essa questão está vencida, portanto, a única restrição que eu fazia está superada”, disse.

Segundo Ciro, a partir de agora, as conversas devem se intensificar com o União e o PSD. "São duas forças que ainda não estão aliadas nesse processo de pré-campanha", afirmou.

Sergio Moro era tratado como pré-candidato à presidência pelo Podemos – mas, no fim de março, migrou para o União Brasil. O União decidiu lançar como pré-candidato o presidente da legenda, Luciano Bivar. Em nota, Moro disse que "neste momento" abriria mão da disputa ao Planalto.

As siglas, segundo ele, já têm mantido conversa com o PDT. Para o ex-ministro, a decisão deve vir apenas em julho.

"Eles querem ver se eu atravesso o Rubicão, que ele aquele rio que o [imperador Júlio] César atravessou. [...] Eles querem ver se eu me viabilizo. E é isso que eu quero ver também", declarou.

Para retornar às conversas, Ciro Gomes disse que será preciso estabelecer um “método”. “Não pode ser um acordo de pretendes para replicar o que está aí”, acrescentou. O político disse que espera manter um diálogo com as legendas sobre a “causa da crise brasileira e as raízes que precisamos fazer para devolver ao Brasil o desenvolvimento”.

“Se for para deixar o que tá aí, chama o Lula que vocês vão ver o que é bom para tosse”, disse.

Em busca do vice

Ciro Gomes repetiu que só deve decidir o candidato a vice-presidente na chapa em julho. Segundo o político, antes, é preciso esperar a formalização de alianças eleitorais.

No início o mês, Ciro se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – que chegou a ser apontado como pré-candidato à presidência no início do ano. Questionado se o vice viria de MG, Ciro brincou: "Se eu pudesse, era 'bão'".

Ciro também já tentou atrair para o posto a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, da Rede. Segundo o blog da jornalista Julia Duailibi, o ex-governador do Ceará avaliava Marina como a “vice dos sonhos”.

Em março, ele elogiou a ex-ministra, a chamando de "figura extraordinária", mas disse que "não é provável" tê-la como vice na chapa.

'PDT não vai abrir mão de Ciro'

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, negou que a sigla avalie abandonar a candidatura própria à Presidência com Ciro Gomes. Nos últimos dias, segundo ele, alguns parlamentares especularam que isso poderia acontecer.

“Isso é só discussão mesmo. Enquanto eu estiver presidente, o PDT não vai abrir mão do Ciro. Quer tirar o Ciro da disputa? Me tira da presidência do partido”, disse ao g1.

Segundo Lupi, a candidatura de Ciro terá potencial para alavancar o número de parlamentares eleitos pelo partido em 2022. "A nossa candidatura própria vai fazer elevar esse número da bancada federal. Foi assim com o Cristovam Buarque e com o Ciro em 2018. Estamos unidos em torno do nome de Ciro", afirmou.

O presidente nacional do PDT também disse estar pronto a retornar o diálogo com os partidos da terceira via. "Sem o Moro, fica muito mais fácil", declarou, acrescentando que o PDT mantém diálogo constante com o União Brasil. 

*G1

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