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Alimentos como pães, massas e biscoitos subiram ao menos 7% nos últimos 12 meses e terão novos reajustes nas próximas semanas por causa da guerra na Europa. Só o pão francês deve subir de 10% a 20%, segundo a Abip (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria).

O pão de forma subiu 16,4% nos 12 meses encerrados em fevereiro. Foi a maior alta entre os derivados de trigo. Já macarrão, bolos e biscoitos ficaram cerca de 12% mais caros, de acordo com os dados de inflação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O pão francês teve o menor aumento: 7,1%. Porém, já custa em média R$ 0,70 a unidade e ficará mais caro nas próximas semanas.

“O quilo do pão francês varia hoje de R$ 8,90 a R$ 15,90, mas esses números tendem a aumentar porque a farinha de trigo teve o maior aumento dos últimos 14 anos no mês passado. Os preços já vinham subindo e a guerra na Europa piorou a situação. Não aguentaremos não repassar, porque não temos mais gorduras para queimar”, afirmou o vice-presidente da Abip, Paulo Pereira.

Segundo a Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados), os derivados de trigo também ficarão mais caros para a indústria. Isso porque o grão ficou mais caro com a guerra na Europa e representa 60% do custo de pães e bolos. Nas massas, o peso é ainda maior: 70%.

MAIOR PREÇO DESDE 2008

Rússia e Ucrânia respondem por 30% das exportações mundiais de trigo. Por isso, a commodity subiu mais de 25% depois do início do conflito. No ano, o grão já acumula uma alta de 43%.

O preço do trigo registrou um pico no começo do conflito. Depois recuou, assim como acontece com o petróleo. Contudo, ainda é o maior valor em 14 anos.

MPACTO NA INFLAÇÃO

O coordenador dos índices de preços do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), André Braz, diz que uma alta de 20% dos derivados de trigo pode elevar a inflação anual em 0,4 ponto percentual. Isso porque essa cadeia de produtos consome cerca de 2% do orçamento familiar do brasileiro.

“Os pães e biscoitos têm um peso de 1,5% no orçamento familiar. Massas e farinhas pesam mais 0,5%. Então, esses produtos afetam a inflação quando sobem de preço. E o impacto não é pequeno, principalmente para as famílias mais pobres”, afirmou Braz.

Diante desse cenário, o coordenador do IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Guilherme Moreira, diz que a inflação dos alimentos passará de 8% em 2022.

“Os alimentos terão um peso grande na inflação deste ano porque são impactados pela alta das commodities e também pelo aumento dos combustíveis, já que o reajuste do diesel impacta o frete dos alimentos”, disse Moreira.

Poder 360


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