A tecnologia só deve prender nossa atenção nos momentos em que nós queremos, conscientemente, prestar atenção nela. "Em todos os outros casos, deve ficar fora do nosso caminho."
Quem afirma não é um dos críticos tradicionais das redes sociais ou um psicólogo preocupado com o vício em internet, mas justamente o executivo responsável pela criação do botão curtir nos primórdios do Facebook, há mais de dez anos.
Depois de perceber que as notificações de aplicativos como o próprio Facebook, Instagram e Twitter ocupavam boa parte do seu dia, eram distrativas e o afastavam das relações na vida real, o matemático Justin Rosenstein decidiu apagar todas as redes sociais, aplicativos de e-mails e notícias de seu iPhone, em busca de mais "presença" no mundo offline.
"Cheguei ao ponto em que percebi que frequentemente estava usando meu telefone como uma muleta, para filmar momentos em tempo real, ou que meu telefone vibrava e me tirava do momento enquanto eu tentava ter uma conexão emocional profunda com alguém", conta.
Hoje, Rosenstein prega a conscientização de desenvolvedores como ele, para que novos aplicativos permitam que usuários tenham autonomia para "controlar suas mentes e sua atenção".
"(Temos que) permitir que pessoas não se comuniquem apenas online e compartilhem fotos de si mesmas, mas efetivamente se encontrem e tenham conexões profundas e verdadeiras pessoalmente", diz, sempre acompanhado pelo olhar atento de sua assessora de imprensa.
Para muitos, os comentários podem parecer convenientes, uma vez que Rosenstein não trabalha mais no Facebook e a rede se tornou alvo constante de críticas de diversos setores.
A reportagem pergunta se ele se arrepende por ter criado a principal fonte da distração que hoje tanto critica.
"Nenhum arrependimento. Sempre que se tenta progredir, haverá consequências inesperadas. Você tem que ter humildade e ter muita atenção no que acontece depois, para fazer mudanças conforme for apropriado", responde.
Com informações da BBC Brasil e Blog da Juliska
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