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Os policiais civis Newton Brasil de Araújo Junior, Railson Sérgio Dantas da Silva, João Maria Xavier Gonçalves, João Feitosa Neto e José Wellington de Souza foram condenados a 17 anos e quatro meses de prisão pelas mortes do ex-prefeito de Grossos, João Dehon, e do motorista dele, Márcio Sander Martins, além de lesão corporal de Magno Antonio Ferreira Monteiro. As condenações são referentes a crimes que ocorreram em 23 de junho de 2005 e foram confirmadas na manhã desta quinta-feira (1º), após mais de 20 horas de julgamento no Tribunal do Júri.
Magnus NascimentoOs cinco policiais foram levados ontem a juri popular, dez anos após o crimeOs cinco policiais foram levados ontem a juri popular, dez anos após o crime

No julgamento, os jurados entenderam que os envolvidos cometeram homicídio foi qualificado e não culposo, conforme sustentava a defesa. Apesar de confirmado o erro na operação policial, que buscava encontrar o assaltando Eduardo Chupeta, na BR-304, em Santa Maria, os jurados entenderam que não houve possibilidade de defesa por parte das vítimas e que o crime foi realizado através de emboscada. Ao todo, 52 disparos foram efetuados pelos policiais. Além disso, também condenaram pela lesão corporal grave que quase tirou a vida de Magno Antônio Ferreira.

Apesar da condenação, os cinco réus poderão recorrer em liberdade até que a decisão transite em julgado, que é quando não há mais possibilidade de recursos.

O caso
Noite do dia 23 de junho de 2005, por volta das 21h, o prefeito de Grossos, João Dehon Neto da Costa [Dehon Caenga], de 37 anos,  e o motorista do carro em que viajavam, Márcio Sander, foram assassinados em uma operação desastrosa dos agentes da Delegacia Especializada de Defesa da Propriedade de Veículos (Deprov) no município de Santa Maria. O tesoureiro Magno Antônio Ferreira e o contador Francisco Canindé Peres da Fonseca também estavam na picape Hilux e foram socorridos. Magno Ferreira chegou a ser alvejado pelos disparos. O ex-prefeito voltava de Natal quando, na BR-304, foi alvo de uma emboscada. 

Perseguido, o motorista buscou guarida em um posto de combustível à margem da pista. Câmeras de vigilância gravaram o desfecho da ação. Os policiais estavam em uma operação para recuperar um carro roubado naquela tarde na capital e prender uma quadrilha. As equipes de policiais usavam duas picapes descaracterizadas, que haviam sido recuperadas como produto de roubo, mas sob custódia da Polícia Civil. Na versão apresentada por eles, e sustentada até ontem, é que atuavam em uma suposta barreira, e que a caminhonete onde vinham as vítimas não teria parado à abordagem. O carro roubado que seria o alvo dos policiais, uma L-200, foi abandonado pelos ladrões a 200 Km do local onde Dehon Caenga foi assassinado, já no município de Paraú. 

O secretário de segurança à época do crime era Glauberto Bezerra, e o delegado-geral de Polícia Civil, Elias Nobre. Seis agentes tiveram prisão preventiva decretada, e desses, cinco foram pronunciados e levados a Juri Popular ontem. O delegado à frente da Deprov, Julio Costa não participou da campana em Santa Maria, mas foi exonerado à época. 

Filho de servidor público federal aposentado, Dehon Caenga foi eleito aos 36 anos, na segunda vez em que disputou o cargo de prefeito em Grossos. Formado em Geografia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern), Dehon demonstrou fascínio pela política ainda adolescente. Em 1998 começou a trabalhar seu nome para prefeito com foco na campanha do ano 2000. 


*TRIBUNADONORTE

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