Mulher de vida marcante, guerrilheira quando jovem, fazendo parte da brava resistência em favor da redemocratização do país, detentora de uma sólida formação intelectual bem definida, força moral até então parecendo inabalável, é tocante hoje para mim, e acredito para quase todos os brasileiros, eleitores seus, ou os que nela não votaram, constatar, apenas dez meses após a sua reeleição à Presidência da República, como definha a aparência física, o estado de ânimo e a sensação de solidão e de tristeza da primeira mulher a ocupar o cargo de Chefe de Estado e de Governo no Brasil, a outrora aureolada dama Dilma Vana Rousseff, mineira de Belo Horizonte, 67 anos de idade, economista da boa cepa, que ainda jovem adotou o Rio Grande do Sul como domicílio, ocupando ali cargos públicos importantes, e marcando pontos positivos, até nacionalizar o seu nome, na eleição, em 2002, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu amigo e companheiro na penosa reconquista democrática, a escolheu para o suntuoso Ministério das Minas e Energia, e depois, no fatídico episódio do mensalão, a promoveu ao Ministério da Chefia da Casa Civil, substituindo a um dos maiores ícones do Partido dos Trabalhadores, desde a sua fundação, o também mineiro de Passa Quatro, José Dirceu de Oliveira e Silva, até então o ideólogo, patrono principal das aspirações políticos e formulador do ideário do presidente. Isolada no vazio dos seus palácios, hoje habitados por tristeza e quase solidão, restando mais de três anos de mandato a ser cumprido, a ela já não acorrem os notáveis da república. Parecendo cansada, e até atordoada, a nossa comandante em chefe aparenta esmaecimento em todos os sentidos, quer nos administrativos, nos econômicos ou nos políticos. Mandar, como fez agora, ao Congresso Nacional, pela primeira vez desde a democracia instalada aqui, com o alagoano Deodoro da Fonseca, um orçamento geral da união, com despesas se sobrepujando às receitas em R$. 30 bilhões para o ano de 2016– há analistas e parlamentares ligados ao próprio governo que digam que é muito mais que isto – é um gesto de inteiro desequilíbrio fiscal, ético e governamental. Mas eu confesso com sinceridade, entre as graves falhas administrativas de Dona Dilma, e o seu semblante de melancolia, como ser humano e pessoa sensível, estou, aqui na planície e na minha pouca significância, com pena dela, e torcendo que ainda haja tempo para reversão, embora ela esteja completamente isolada, sem povo, sem parceiros ou interlocutores confiáveis. Caso não haja a implementação de reformas administrativas rápidas e eficazes, diminuindo a influência do Estado na economia, com o Vice-Presidente Michel Temer deixando a nau, e com ele quase todo o PMDB, com os ministros Joaquim Levy , Nelson Barbosa e Aluízio Mercadante a toda hora engalfinhados com opiniões díspares e desconexas, sinceramente, na minha modéstia, temo que este filme não tenha bom desfecho desejado pela vontade expressa nas urnas de 2014. Deus seja louvado.
Produção industrial cai 1,5% em julho e 8,9% em um ano, diz IBGE
A produção industrial brasileira caiu 1,5% em julho, na comparação com junho, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (2). Na comparação com julho de 2014, a produção registrou queda de 8,9%. Os dois resultados estão abaixo do esperado por economistas consultados pela agência de notícias Reuters. A expectativa era de queda de 0,1% na variação mensal e de 6,2% na anual. Em junho, a produção havia caído 0,3%, fechando o primeiro semestre com recuo de 6,3%. No acumulado dos últimos 12 meses, houve recuo de 5,3%. 14 dos 24 ramos pesquisados recuam em junho. O setor industrial tem apresentado dificuldade há anos e analistas alertam que ele está pesando sobre a economia brasileira. Recentemente, a indústria tem sido afetada pelos juros altos e por cortes de investimento público, parte do reajuste macroeconômico promovido pelo governo. O IBGE informou que 14 dos 24 ramos pesquisados mostraram contração em julho, com destaque para alimentos (-6,2%), bebidas (-6,2%) e produtos de madeira (-7,6%).
Vendas de carros no país caem em agosto 8,9% em relação a julho e 26,9% em um ano.
As vendas de automóveis e comerciais leves no país continuam ladeira a baixo. Segundo dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavan), em agosto foram licenciados 200.174 unidades, queda de 8,9% em relação a julho, quando foram comercializados 219.410. No comparativo com agosto do ano passado a queda foi mais expressiva 26,9%, quando foram licenciados 259.110 unidades. Do começo do ano até agosto, o declínio foi um pouco menor, 20,2% - passando de 2.121.472 para 1.692.027. Em julho, a Fiat manteve a liderança com 18% de participação e vendas de 36.047 unidades. A queda nas vendas em relação à julho foi de 5,4%. Já a Volkswagen vendeu 28.354 veículos e apresentou retração de 9%. A fatia da VW foi de 14,2% o que lhe rendeu a segunda colocação no ranking. A GM ficou em terceiro lugar com vendas de 26.912 carros, o que representou um recuo de 12,7% e uma participação de mercado de 13,4%. A Ford se manteve em quarto no volume de vendas com 20.753 licenciamentos e uma participação de 10,4%. A queda nos licenciamentos dos automóveis da marca foi de 20,9%. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse no último dia 01 de setembro que o mês de agosto teve estabilidade nas vendas diárias em relação a julho. Pelos dados do mês, foram 21 dias de negócios, com 9.532 carros vendidos ante 9.554 em julho. No acumulado do ano, a Fiat também lidera o ranking de vendas de automóveis e comerciais leves, com 18,4%. A montadora italiana comercializou 310.830 unidades. A GM é a segunda marca no mercado, com 261.891 licenciamentos e 15,5% de participação. Já a Volkswagen vendeu 256.418 carros e obteve uma fatia de mercado de 15,2%. A Ford está em quarto com 10,7% de participação e 181.371 automóveis comercializados.
*ELVIRO REBOUÇAS
ECONOMISTA E EMPRESÁRIO
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