Foi só o vereador Genilson Alves (PTN) pedir vistas ao recurso contra a Comissão Especial de Inquérito (CE) para investigar supostas irregularidades na folha de pagamento que os ânimos esquentaram na Câmara Municipal.
Na sessão de ontem, o parlamentar foi bastante pressionado pela bancada governista. Tudo porque circulou no plenário a informação de que ele tinha dito que votaria contra o recurso e a favor da CEI. A medida mataria a manobra governista e garantiria a abertura dos trabalhos da comissão sem que o plenário precisasse ser consultado.
Por conta disso, a bancada governista fez uma intensa articulação sobre Genilson. Ele saiu duas vezes do plenário acompanhado do vereador Francisco Carlos (PV), que deixou a primeira-secretaria da mesa e passou a sessão inteira no plenário cercando Genilson. "Nada fora da regularidade da atividade parlamentar", disse ao ser questionado a respeito das atitudes na sessão de ontem.
Foi na segunda ausência de Genilson que a situação ficou mais confusa. É que o vereador Soldado Jadson (PT do B), alegando preocupação com a integridade de Genilson, chamou uma guarnição da Polícia Militar. Dois aspectos colaboraram para isso: 1) na semana passada um governista disse que se insistissem com a CEI o caso poderia dar em morte; 2) Genilson chegou a admitir no plenário que estava com medo. "O voto de Genilson é o de minerva na CCJ (Genivan é a favor da CEI e Manoel Bezerra é contra) e ele sumiu. Estou preocupado com a integridade física dele", alegou.
No momento em que Jadson falava ao O Mossoroense, o presidente Francisco José Júnior (PSD) intercedeu. Ele disse que não havia necessidade de chamar a polícia, que deveria, em sua ótica, estar nas ruas defendendo a sociedade. "Ele (Genilson) não está sendo ameaçado. Ele está em casa com dor de cabeça", avisou. A informação foi confirmada pelo irmão do parlamentar do PTN, Gilberto Alves.
Por conta dessa informação, um grupo de vereadores foi à casa de Genilson no bairro Barrocas. A reportagem acompanhou a diligência. Chegando lá ninguém estava no imóvel.
Para Tomaz Neto (PDT), a medida foi necessária por causa da pressão. "Ele passou a sessão inteira sufocado pelos colegas", relatou.
Posição que encontra discordância do líder do governo Manoel Bezerra (DEM). "Não sei porque isso aconteceu. Essa foi uma das sessões mais tranquilas do ano. Cabe a Genilson explicar. Não vejo nenhuma pressão sobre ele. Cabe a ele mudar ou não o voto", disse o parlamentar que também é presidente da CCJ e se autonomeou relator do recurso à CEI.
Vereador aparece e anuncia abstenção
O vereador Genilson Alves se reuniu com os vereadores da oposição na tarde de ontem, na Câmara Municipal, e tomou uma decisão que provoca ainda mais controvérsia.
Ele anunciou que vai se abster. Em contato telefônico com O Mossoroense, ele disse que ainda estava analisando para tomar uma posição. "Vou votar de acordo com a minha convicção", garantiu.
Minutos depois, em uma conversa ao vivo, ele admitiu que iria se abster. "Não tenho elementos suficientes para me posicionar. É um assunto muito sério", explicou.
Ele disse que está atuando em bloco com três vereadores com quem tem afinidade: Celso Lanches (PV), Heró Silva (PT do B) e Alex do Frango (PV).
O parlamentar alegou não ter informações suficientes para se posicionar. "Não vi o parecer", acrescentou.
Nessa hora Genivan Vale (PR) pediu a palavra e disse que Genilson ficasse para escutar, mas o vereador se ausentou. Genivan revelou que ele e o colega viram o parecer, mas não tiveram acesso à cópia conforme solicitado ao relator Manoel Bezerra.
Segundo Genivan, eles viram o documento sim. O problema é que não entregaram as cópias que pedimos. "Tanto é que Genilson pediu vistas", relatou.
No entanto, um servidor da Câmara tentou convencer Genivan que o que foi mostrado era apenas o voto e não o parecer. O ato não convenceu o republicano. "O normal é o relator fazer o parecer com o voto e não foi isso que vi", contestou.
CONTROVÉRSIA
A abstenção de Genilson será motivo de muita controvérsia na próxima semana. É que há dúvidas no Regimento Interno em questões como essa. Há o entendimento de que em caso de empate na comissão vota de novo o presidente. Outra possibilidade discutida é a convocação do suplente. Neste caso seria convocado o primeiro suplente Tassyo Mardonny (PSDB). O segundo suplente é Soldado Jadson (PT do B).
Fonte: www.omossoroense.com.br

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