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O comandante geral da Policia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, orientou que os seis policiais militares que participaram da ocorrência que resultou na morte do estudante de engenharia civil José Fernandes Castelo, de 19, na noite de sábado (13) em Mossoró, fossem afastados de suas funções.
O comandante do II Batalhão de Policia Militar, tenente coronel Alvibá Gomes, disse que o caso será investigado em Inquérito Policial Militar (IPI) por um oficial designado pelo comando geral, e também em inquérito policial conduzido pela Polícia Civil. O promotor de Justiça Armando Lúcio Ribeiro está acompanhando o caso pessoalmente.


Alvibá Gomes disse que a morte do estudante se resume em uma fatalidade. Contou que a Polícia de Trânsito fazia blitz da Lei Seca na Avenida Leste Oeste, quando o jovem José Fernandes, dirigindo um Civic, furou a blitz e começou a perseguição. Teriam sido 30 minutos percorrendo ruas de Mossoró, tendo, nesta perseguição, atropelado três pessoas.

Uma das vítimas atropeladas está internada no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) (pediram para não citar o nome) e a outra, após receber cuidados médicos foi liberada e compareceu a Delegacia de Plantão para registrar a ocorrência. A terceira vítima não sofreu danos.

Ainda conforme o comandante, por mais de uma vez a Civic, com películas escuras, foi cercado pelos policiais, mas este deu ré e empreendeu fuga de novo. Já na Rua Francisco Solon, os policiais, ainda conforme o comandante, já imaginando se tratar de bandidos em fuga, abriram fogo na direção dos pneus do veículo, tanto um tiro acertado a tampa traseira.

“Acreditamos que este tiro atravessou os bancos e acertou o estudante José Fernandes, que quando os policiais se aproximaram para fazer a abordagem, ele já saiu do carro dizendo: me ajuda, me ajuda, me ajuda”, narra o comandante do II Batalhão de Policia Militar, que disse ter adotado todas as medidas que devem ser adotadas nestas situações.

Procedimentos

Após a ocorrência, o comandante disse que a vítima foi socorrida para o HRTM e os seis policiais conduziram o veículo para a Delegacia de Plantão. “Estamos deixando as armas também à disposição do delegado que vai apurar o caso de forma mais clara possível. E, os policiais, a recomendação do comando geral é afasta-los de suas funções”, acrescenta.

Opinião pessoal

O comandante Alvibá Gomes disse que confia nos policiais que participaram da operação. São homens sérios e que trabalham com responsabilidade. Disse que os tiros na direção dos pneus foram necessários e que o tiro que acertou o estudante foi uma fatalidade, mas que o a situação foi gerada não por excesso da PM e sim pelo fato da vítima ter transformado seu carro numa arma em potencial. “Que fique registrado que este tipo de ocorrência também choca os policiais. O resultado que eles queriam não era este. Tenho certeza disto”, diz o comandante, acrescentando que os PMs serão acompanhados por psicólogos.

Sepultamento

O corpo do estudante de engenharia civil da UNP José Fernandes Castelos foi examinado no Instituto Técnico-científico de Polícia (ITEP) e em seguida encaminhado para Fortaleza e de lá para a cidade de Tauá, onde mora sua família. Ele é filho de Tyrone Castelo, ex vereador; e neto do ex prefeito da cidade. A Polícia Civil de Mossoró tem trinta dias para concluir da investigação e apontar precisamente o que teria acontecido.

Por:  César Alves (Defato.com)

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