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Foto: Portal TCM Notícia

De volta ao balcão de sua tradicional bodega, localizada no bairro Paredões, em Mossoró, o comerciante José Lima Filgueira, o “Seu Dedé”, tenta retomar sua rotina após o reencontro com a família, depois de ficar desaparecido por quase dois dias em um matagal na zona rural do município.

Em entrevista ao Jornalismo TCM, Seu Dedé contou detalhes sobre o dia em que pegou sua bicicleta para pedalar, na manhã de domingo (30), e acabou se envolvendo em um drama que mobilizou a cidade e terminou com um final feliz.

Segundo ele, já era por volta das 8h30 da manhã quando decidiu pedalar, mesmo a contragosto do filho, devido ao horário e à temperatura elevada para a prática esportiva.

“Fui até Passagem de Pedras e segui um pouco adiante, até o aterro sanitário. De lá, voltei um pouquinho e, como eu estava com muito sono por ter dormido pouco à noite, me deitei em um matagal para tirar um cochilo. Alguns minutos depois, apareceram quatro pessoas armadas pedindo dinheiro. Eles levaram minha mochila, a bicicleta, R$ 12 e o celular que estava dentro da mochila”, relatou.

Ele relembra que, após o roubo, acabou perdendo a noção exata de sua localização. Daí em diante, começou uma corrida pela sobrevivência, marcada por incertezas e superação.

“Fiquei ‘areado’, sem saber onde estava. Comecei a entrar cada vez mais naquele matagal. Dormi em um local no meio do mato. No segundo dia, eu estava com muita sede e tomei até meia garrafa de água de esgoto. Ô negócio ruim, viu… cruel!”, relembra.

Quando já era noite da segunda-feira (1), após mais de 40 horas desde o momento em que saiu de casa, Seu Dedé se preparava para dormir em um local improvisado quando ouviu vozes: era o tão aguardado resgate. Esse momento ficou marcado para ele.

“Quando foi à noite, eu já estava me ajeitando, limpando o chão para dormir, e só ouvi aquele grito por ‘Seu Dedé!’. Não sei nem o que dizer… foi alegria demais! Eles me encontraram, me abraçaram e me levaram segurando meus ombros até o carro. Eu achava que não ia sair daquela situação. Mas Deus é bom, né?”, acrescentou.

Após ser resgatado e passar por uma série de exames no hospital, o comerciante voltou a abrir as portas de sua bodega.

Grato pela nova chance de viver, afirma que a bicicleta agora ficará apenas na memória. De agora em diante, pedalar só dentro de casa.

“Não quero mais negócio com bicicleta, não. Vou só comprar uma ergométrica para dar uns pedalzinhos em casa. Para sair, não dá mais certo”, concluiu.

TCM Notícia


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