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Por João Maria Medeiros/Portal Saiba Mais

A disputa eleitoral para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais em 2026 está movimentado o tabuleiro político de forma frenética, com pré-candidatos em busca de estabelecer os seus nomes como os preferenciais para o eleitor.

Mais do que isso, o tempo é de garantir apoios partidários e acordos políticos para um projeto pessoal e legítimo, mas que para o público, é colocado como sendo um chamado do povo para aquela missão. Acreditas?

O tempo é de incertezas em todos os aspectos. Ainda que surjam nomes com força eleitoral, esses precisam de uma consolidação necessária para atravessar um longo processo de idas e vindas, pesquisas e mais pesquisas, apoios, traições, inconfidências e divulgação de muitas notícias falsas.

 A mesa está posta. As cartas, ou melhor, os nomes, estão espalhados de forma a construir uma referência forte e que possa, com a conquista individual, conseguir forjar a força eleitoral necessária para o projeto decolar e seguir em direção a conquista do coração dos eleitores.

As pesquisas, nessa fase do tempo, são ferramentas importantes para medir o grau de aceitação dos nomes que pretendem disputar a eleição. Ainda que muito distante, e sendo a pesquisa um retrato do momento em que é realizada, os resultados apontam tendências que são observadas, com muito cuidado, pelos agentes que decidirão a formação das chapas e dos nomes com maior capacidade de conquistar os votos da população.

No Rio Grande do Norte, duas postulações estão compondo o cenário na atualidade: o candidato da governadora, Cadu Xavier, representando o campo ideológico à esquerda, e a postulação do senador Rogério Marinho como a representação da direita bolsonarista.

Na tentativa de entrar como terceira opção, surge o prefeito de Mossoró Alysson Bezerra, mas que apesar de estar aparecendo bem nas pesquisas, não tem a confiança da classe política, por causa de sua trajetória pouco ortodoxa – mas esse é um tema que trarei em próximas oportunidades – o que provoca intranquilidades no meio político. Até o momento, o projeto de Alysson mais parece uma “forçação de barra” do ex-senador José Agripino e da liga forjada com a senadora Zenaide Maia.

Aliás, essa composição um tanto quanto fora dos padrões, causa um certo estranhamento, já que a senadora, cuja postura e trajetória se estabelece mais no campo da esquerda, e o prefeito de Mossoró ainda que filiado ao União Brasil, se apresenta como uma incógnita, acenando ora para a esquerda, e em outros momentos para a direita, num jogo perigoso, pois o que se mais revela dessa estratégia ambígua é o seu interesse pessoal de ser governador ao seu modo e estilo peculiares.

Nesse caminho ainda cheio de curvas, subidas e descidas, outros personagens começam também a se movimentar trazendo ainda mais incertezas e também intranquilidades, já que ao sabor dos ventos que sopram intenções por e para todos os lados, os candidatos preferenciais podem perder força e ceder o lugar para aquele que ganha mais intenção de respostas em pesquisas de avaliação.

O certo é que não existe, ainda que tentem, uma candidatura estruturada somente na vontade pessoal de um ou de alguns políticos. Essa é uma situação que acontece em raras exceções e nem sempre logra êxito.

A maior competição para 2026 está na formação das chapas que vão disputar o Senado. Com duas vagas abertas e nomes fortes colocados, a composição de alianças acaba ganhando maior destaque e, também, maiores dores de cabeça. É preciso juntar as peças, conciliar interesses, não desagradar as bases e definir nomes que, além da densidade eleitoral, precisam se apresentar com empatia suficiente para conquistar o voto do eleitor.

Esse é um processo complexo, apesar de aparentemente parecer simples. E é também motivo para muitas discussões entre os partidos, criação de balões de ensaios, fomentação de intrigas, vazamentos despretensiosos para a imprensa, guerra de nervos, tudo num ambiente em que a previsibilidade nunca será efetivamente evidenciada. 

Tudo isso me faz lembrar o político mineiro Magalhães Pinto que, para justificar esse vai e vem bem característico, cunhou a frase: “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito, olha de novo e ela já mudou”. Essa é, na verdade, a síntese desse tempo de preparação de um processo eleitoral cujo desfecho normalmente acontece na etapa final do calendário definido pela justiça eleitoral.

A verdade é que apesar das postulações e dos interesses que ainda precisam entrar em confluência, o jogo para a disputa eleitoral no ano que vem está completamente aberto.  E uma coisa é certa e comprovada: Não se ganha eleição antes de apurado o último voto. E é como diz o ditado muito comum na política: ainda veremos muita água rolar por debaixo dessa ponte.

A conferir.


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