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A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira (20) o projeto que cria regras para combater a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais, impondo às plataformas o “dever de cuidado” — obrigação jurídica de prevenir danos a terceiros e permitir responsabilização por omissão.

Na terça-feira, foi aprovado o regime de urgência em votação simbólica, com protestos da oposição pela falta de registro nominal dos votos

O que muda para as plataformas

Segundo reportagem do G1, empresas de tecnologia com produtos voltados a menores — ou acessados por eles — deverão adotar mecanismos para prevenir ou mitigar a exposição a conteúdos de:

  • exploração e abuso sexual;
  • violência física, bullying virtual e assédio;
  • incentivo à automutilação e a transtornos de saúde mental;
  • jogos de azar, tabaco, álcool e drogas;
  • publicidade enganosa.

Entre as medidas obrigatórias estão:

  • avaliações de risco e oferta de ferramentas de controle parental;
  • remoção imediata, após notificação, de conteúdos ilegais de abuso sexual infantil, mesmo sem ordem judicial;
  • barreiras confiáveis de verificação de idade em sites pornográficos;
  • proibição de perfis comportamentais de menores para fins publicitários;
  • impedimento da venda de “loot boxes” em jogos eletrônicos direcionados a crianças e adolescentes;
  • vinculação de perfis de menores às contas de seus responsáveis legais.

Controle parental como padrão

As plataformas deverão ativar, por padrão, configurações que:

limitem a comunicação de terceiros com crianças e adolescentes

evitem o acesso de usuários não autorizados a dados pessoais do público infantojuvenil

limitem tempo de uso e recursos que estendam a permanência nos serviços

controlem sistemas de recomendação personalizados

restrinjam o compartilhamento de geolocalização

promovam educação midiática para uso seguro das mídias digitais

controlem ferramentas de inteligência artificial que não sejam estritamente necessárias ao funcionamento do serviço

Penalidades previstas

O descumprimento poderá gerar sanções cíveis, criminais e administrativas, como:

  • advertência com prazo para correção
  • multa de até 10% do faturamento ou até R$ 50 milhões por infração
  • suspensão temporária das atividades
  • proibição definitiva de funcionamento no Brasil

Os valores arrecadados serão destinados ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente.

Contexto político e social

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou a proposta como tema central da semana e convocou uma comissão geral para esta quarta-feira a fim de debater o texto. A mobilização ganhou força após a prisão do influenciador Hytalo Santos, investigado por exploração e exposição de menores em vídeos nas redes sociais, caso revelado pelo influenciador Felca no dia 9.

Brasil 247



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