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Roberto Serquiz, presidente da Fiern — Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi |
Aumento da inflação, com alta no preço dos produtos, e aumento do desemprego são os principais impactos diretos temidos pelo setor industrial do Rio Grande do Norte após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil a partir de agosto.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, a taxa deverá afetar principalmente indústrias ligadas ao petróleo, à pesca, ao sal, fruticultura potiguar, que são as que mais vendem para o mercado norte-americano.
O anúncio de Trump quebrou expectativas positivas da indústria local sobre o avanço dos produtos locais no mercado americano.
Em 2024, 8% das exportações potiguares foram para os Estados Unidos, o quarto maior parceiro comercial do estado. Mas a relação estava em crescimento.
Somente no primeiro semestre de 2025, as exportações potiguares para os EUA aumentaram cerca de 120% - foram 67,1 milhões de dólares, contra 30,5 milhões no mesmo período do ano passado.
O setor do petróleo foi responsável pela exportação de 24,3 milhões de dólares aos Estados Unidos, de janeiro a junho. No mercado de pescados, como o Atum e outros peixes costeiros, 100% das exportações potiguares foram para os EUA, segundo a Fiern - cerca de 11,5 milhões de dólares no semestre.
Responsável pela produção de aproximadamente 95% da produção nacional de sal, a indústria potiguar também teme a perda de espaço do produto nos Estados Unidos para outros países com taxas menores.
"Quando a gente olha para o nosso atum, o nosso pescado da costa, cujo único mercado externo é exatamente o mercado americano, esse mercado fica completamente inviabilizado", disse o presidente da Fiern.
"Nossa preocupação se estende por esses dois campos: aumento de inflação e empregabilidade. Você imagine que o dólar já deu um aumento de 2%. Então veja que isso pode levar à inflação e pode, evidentemente, levar a esse cenário. Nós estamos falando aqui daquilo que sustenta o Rio Grande do Norte do ponto de vista de arrecadação, que são exatamente nossos ativos naturais", considerou.
Por outro lado, o presidente da Fiern defendeu "diálogo inteligente" e atuação diplomática "racional" para que a taxação seja revertida antes da data de início, que é 1º de agosto.
"Essa a grande esperança que nós temos", declarou.
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