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O senador Styvenson Valentim (PSDB), eleito em 2018 com o discurso de combate ao nepotismo e à velha política, indicou a namorada Ana Luísa Canário Carlos de Andrade para ocupar cargos comissionados no Senado Federal e na Prefeitura de Natal. A nomeação no Senado foi em 27 de novembro de 2024, para assistente parlamentar pleno da 2ª Vice-Presidência da Casa, com remuneração mensal de R$ 16.112,25, conforme a portaria nº 3.208/2024, assinada pela Diretoria-Geral do Senado.

Em fevereiro deste ano, Ana Luísa foi exonerada e recebeu mais de R$ 12 mil em verbas rescisórias. Poucos meses depois, em 9 de junho, voltou ao serviço público, nomeada como coordenadora de gestão integrada da Secretaria Municipal de Governo de Natal, com salário de R$ 14,4 mil, segundo a portaria nº 2.324/2025 publicada no Diário Oficial. A informação foi divulgada inicialmente pelo Canal SPN (Sistema Potiguar de Notícias) e confirmada pelo Portal Agora RN.

A pasta é comandada pelo advogado Sérgio Freire, irmão do prefeito Paulinho Freire (União), aliado político de Styvenson. O senador apoiou a candidatura do prefeito.

O Portal Agora RN procurou a assessoria de imprensa de Styvenson Valentim e da Prefeitura do Natal solicitando esclarecimentos sobre as nomeações de Ana Luíza no Senado e na Prefeitura Municipal, mas não recebeu nenhum retorno até o fechamento desta edição.

A nomeação da namorada do senador marca um contraste com o discurso de combate ao nepotismo e à velha política adotado por Styvenson. Ao ser eleito, ele chegou a anunciar que os assessores do seu gabinete seriam escolhidos exclusivamente por meio de processo seletivo público. O próprio processo foi alvo de críticas e denúncias de falta de transparência e critérios e agora vem à tona a informação de que ele indicou a mulher para cargos comissionados.

Logo após tomar posse como senador, em 2019, ele chegou a fazer um discurso no Senado contra o nepotismo, que é quando um agente público usa de sua posição de poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes.

Eleito pela Rede Sustentabilidade, o senador migrou para o Podemos em fevereiro de 2019, onde permaneceu até fevereiro passado, quando se filiou ao PSDB. O partido é comandado no RN pelo presidente da Assembleia Legislativa e deputado estadual Ezequiel Ferreira, aliado político da governadora Fátima Bezerra (PT), a quem Styvenson faz oposição ferrenha.

Alinhamento e polêmicas

Após um primeiro momento de discurso mais contundente de combate à “velha política”, o o senador passou a atuar de forma alinhada ao Centrão nos últimos meses, votando, por exemplo, a favor do aumento no número de deputados federais, projeto que ele mesmo havia criticado publicamente nas redes sociais. Após o voto favorável, a publicação contrária à proposta foi apagada.

Além disso, como mostrou o Agora RN, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que uma emenda do orçamento secreto destinada por Styvenson financiou uma obra de pavimentação superfaturada executada pela Codevasf no interior do RN.

Em Campo Redondo (RN), os técnicos da CGU encontraram “pavimentação asfáltica com desníveis, sem alisamento, externando característica de não utilização de rolo de pneu”. No mesmo município, foram encontradas trincas no asfalto e uma camada tão fina de pavimento que dava para ver o contorno do paralelepípedo que estava embaixo. No RN, as obras foram realizadas pela empresa Engefort, com ordem de serviço para a obra em junho de 2021.

Procurado, Styvenson também não quis comentar o assunto.

Agora RN


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