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A morte da cantora Preta Gil neste domingo (20), aos 50 anos, trouxe à tona um alerta crescente entre especialistas: o avanço do câncer colorretal entre pessoas com menos de 50 anos. A artista lutava contra a doença desde janeiro de 2023 e chegou a buscar tratamento experimental nos Estados Unidos. A informação de sua morte foi confirmada nas redes sociais por seu pai, o cantor Gilberto Gil.

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, Preta enfrentava um caso agressivo, com recidiva e metástase em diferentes regiões do corpo. O câncer colorretal afeta o intestino grosso e o reto e é um dos tipos de tumor mais comuns entre os brasileiros. Embora tradicionalmente associado a faixas etárias mais altas, ele tem avançado rapidamente entre jovens adultos, especialmente nas faixas dos 20, 30 e 40 anos.

Dados da American Cancer Society, publicados em janeiro de 2024, mostram um aumento preocupante desses casos. Em pessoas mais jovens, o câncer tende a ser mais agressivo e muitas vezes é descoberto em estágios mais avançados, o que reduz as chances de cura.

Um dos principais desafios é o diagnóstico precoce. Como acontece com muitos tumores, os sintomas iniciais são silenciosos. Quando aparecem, envolvem alterações no hábito intestinal, presença de sangue nas fezes, dores abdominais e mudança no formato das fezes. Por isso, sociedades médicas passaram a recomendar exames de rastreamento, como a colonoscopia, a partir dos 45 anos — mesmo para quem não apresenta sintomas.

Além do componente genético, cientistas investigam possíveis causas ambientais e desequilíbrios na flora intestinal como fatores associados ao aumento dos casos precoces.

A experiência de Preta Gil com o tratamento no exterior também expôs a desigualdade no acesso a terapias mais avançadas. “Minhas chances de cura estão fora do país”, disse a cantora em entrevista ao Domingão, da TV Globo. No Brasil, o tempo médio para aprovação de novos medicamentos pela Anvisa é quase o dobro do registrado pela FDA, agência reguladora dos EUA. Além disso, o acesso a ensaios clínicos ainda é limitado, e grande parte da população depende exclusivamente do SUS.

O caso de Preta Gil acende um importante alerta sobre a necessidade de ampliar a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer colorretal entre jovens, além de repensar o acesso a tratamentos de ponta no Brasil.

Brasil 247



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