A suspensão dos voos da Azul Linhas Aéreas no Aeroporto Dix-Sept Rosado, em Mossoró, tem gerado preocupação entre autoridades locais e a população. O vereador Thiago Marques (Solidariedade) tem se mobilizado para evitar que a cidade fique sem conexões aéreas, buscando diálogo com a companhia e com representantes do governo estadual e federal.
“Desde que tomei conhecimento da situação, procurei imediatamente a diretoria da Azul em São Paulo. Conversei com o vice-presidente Fábio Campos e a diretora Isabela, além de representantes da Infraero e da Azul aqui em Mossoró”, afirmou Marques em entrevista à Rádio Rural de Mossoró.
Segundo o vereador, a empresa justificou a suspensão com a necessidade de reduzir operações em diversos aeroportos do Brasil. “Na época, falaram em 12 aeroportos que teriam seus voos suspensos. Fiz um pedido à diretoria: que Mossoró não fosse um deles. Somos uma cidade com mais de 300 mil habitantes, com economia forte e estratégica entre duas capitais. A Azul é a única companhia operando aqui, então a saída dela significa um impacto enorme para a cidade”, ressaltou.
Para tentar reverter a decisão, Thiago Marques enviou ofícios aos deputados federais, senadores e ao governo estadual, solicitando articulação para manter os voos. Ele citou exemplos de estados vizinhos que conseguiram reverter suspensões, como Santa Catarina e Ceará.
Uma das questões levantadas pelo vereador foi o impacto da alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação (QAV), que pode chegar a 20% no Rio Grande do Norte. “Estou buscando informações junto ao governo para confirmar qual é a alíquota real. Se for 20%, como uma companhia aérea vai se manter aqui pagando esse imposto enquanto estados vizinhos oferecem condições mais vantajosas? As empresas buscam lucro e, se não for atrativo ficar no RN, elas vão sair”, alertou.
O vereador também cobrou uma posição do Governo do Estado. “Estive pessoalmente com a governadora Fátima Bezerra (PT) em uma reunião em Mossoró. Pedi que, caso fosse marcada uma reunião com a Azul, ela levasse propostas concretas para a negociação, como a redução do ICMS do combustível de aviação. Soube que essa reunião foi remarcada para hoje, mas a informação chegou de última hora. Eu queria estar presente, mas a compra de uma passagem aérea de um dia para o outro ficou inviável”, lamentou.
A suspensão dos voos da Azul está prevista para março deste ano. Caso se concretize, Mossoró ficará sem voos comerciais regulares, obrigando passageiros a se deslocarem até Natal ou Fortaleza para acessar transporte aéreo. “Se os voos forem realmente suspensos, Mossoró enfrentará um retrocesso logístico e econômico. Continuarei lutando até o fim para evitar essa perda”, concluiu Thiago Marques.
Agora RN
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