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Foto: Reuters

A Eletrobras, maior empresa de geração de energia do Brasil, privatizada de forma questionável por Jair Bolsonaro em 2022, esclareceu, na noite de ontem, que o apagão da última terça-feira foi resultado de um desligamento não programado na linha de transmissão Quixadá II/Fortaleza II, a qual opera em 500 quilovolts (kV). Esse desligamento foi desencadeado por uma falha no funcionamento do sistema de proteção.

A Eletrobras revelou que o sistema de proteção atuou indevidamente, ativando um protocolo conhecido como ERAC, que consiste em cortes automáticos de carga quando as linhas de transmissão estão sobrecarregadas. A interrupção da operação da linha foi detectada em questão de milissegundos antes do apagão generalizado, iniciado às 8h31 do mesmo dia.

Em sua declaração oficial, a empresa assegurou que a manutenção da linha de transmissão estava em conformidade com todas as normas técnicas pertinentes. A Eletrobras também ressaltou o critério de confiabilidade "N-1", pelo qual as redes de transmissão do Sistema Interligado Nacional (SIN) são planejadas. Esse critério determina que, mesmo na ocorrência de desligamentos de componentes, o sistema elétrico deve continuar operando sem interrupções no fornecimento de energia.

A empresa deixou claro que o desligamento isolado da linha de transmissão em questão não teria sido suficiente para causar o impacto sistêmico observado no apagão. Como parte de seus esforços para esclarecer o ocorrido, a Eletrobras está colaborando ativamente com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), visando a identificação das raízes da perturbação e das razões por trás dos desligamentos em larga escala que afetaram o SIN. 

Desde que foi privatizada, a empresa reduziu investimentos em manutenção e ampliou dividendos a acionistas.

Brasil 247



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