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O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira 2 o primeiro corte de juros no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a redução da taxa básica (Selic) em 0,5 ponto percentual —de 13,75% para 13,25% ao ano. O tamanho da diminuição gerou divergências e o placar final ficou apertado (5 a 4), mas os diretores foram unânimes em antever novos cortes de 0,5 nas próximas reuniões.

Alvo de críticas recorrentes de Lula, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu o voto final (como de praxe) e decisivo pela redução. Já a parte minoritária dos diretores votou na reunião por um corte menor, de 0,25 ponto percentual.

O chefe da autoridade monetária se juntou aos dois primeiros diretores indicados pelo petista, que estrearam nesta quarta no Copom –Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização)—, e a Carolina Barros (Administração) e Otávio Damaso (Regulação).

Os votos divergentes foram de Diogo Guillen (Política Econômica), Maurício Moura (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta), Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) e Renato Dias Gomes (Organização do Sistema Financeiro e Resolução).

O colegiado do BC também antecipou que prevê um novo corte de 0,5 ponto percentual na próxima decisão do Copom, em 20 de setembro, e de mesma magnitude nas reuniões seguintes.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse o BC, em comunicado.

Com essa decisão, o BC abre o ciclo de flexibilização monetária três anos depois do último movimento de queda da taxa básica. Em agosto de 2020, a Selic foi levada ao piso histórico de 2% em meio à pandemia de Covid-19.

Decisão é técnica, não concessão ao governo, diz Haddad

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) comemorou a redução da taxa básica de juros e disse que a decisão foi técnica, não uma concessão ao governo após meses de críticas à política do BC.

O ministro da Fazenda afirmou que o presidente do BC deu um voto técnico. “Tenho certeza que o presidente do BC votou com aquilo que ele conhece de economia, com aquilo que ele domina em economia. É um voto técnico calibrado à luz de tudo o que ele conhece da realidade do país”, disse ele. “Tenho certeza que o voto dele foi um voto totalmente balizado em considerações de natureza técnica.”

Haddad disse ainda que a flexibilização da política monetária pode contribuir para reduzir os índices de inadimplência, ao trazer alívio a famílias que não estão conseguindo pagar suas contas em dia, embora reconheça que o corte na Selic é o “início de um processo”, cujos efeitos podem chegar com alguma defasagem aos consumidores.

Foi a primeira redução da Selic em três anos, após muita pressão do Governo Lula.

Agora RN


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