A Polícia Militar se pronunciou sobre o vídeo de um homem sendo conduzido preso à motocicleta de um policial em São Paulo. O vídeo foi postado nas redes sociais na terça-feira (30).
Segundo a PM de São Paulo, houve a instauração de um inquérito para apuração da conduta do policial e, segundo a instituição, será pedido seu afastamento. A Polícia Militar disse que “repudia” o ato.
O caso aconteceu na região da Vila Prudente, na avenida Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, uma das mais importantes vias da zona leste da capital paulista.
Na imagem, capturada por uma pessoa de dentro de um carro, é possível ver um homem preso ao baú da moto de um policial, que anda sobre o canteiro central.
O vídeo chamou a atenção nas redes sociais por relembrar práticas do período da escravidão, fato que foi lembrado pela União Nacional dos Estudantes em um post no Twitter.
Brasil, após a abolição da escravidão, ver cenas de tortura a sangue frio praticada por um PM, que ao invés de agir de forma brutal e desumana, deveria proteger. ABSURDO e INDIGNAÇÃO, essas são as palavras! pic.twitter.com/MerjV5leQ4
— UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES 💙 (@uneoficial) December 1, 2021
O ex-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL Guilherme Boulos se manifestou em sua conta no Instagram destacando o que chamou de “tortura”: “Brasil, mais de 300 anos de escravidão”, disse Boulos.
No vídeo, uma das pessoas dentro do carro relaciona a prisão a um roubo, mas não há nenhum relato até o momento de qualquer crime cometido pelo homem que foi aprisionado à moto.
A Secretaria de Segurança Pública confirmou a veracidade do vídeo.
Ouvidoria é acionada por grupos de direitos humanos
À CNN, o ouvidor da Polícia Militar de São Paulo Elizeu Soares disse que teve acesso às imagens na terça-feira (30) após ser procurado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo grupo Tortura Nunca Mais.
Segundo Soares, um procedimento foi aberto junto à Corregedoria da PM. O ouvidor classificou as imagens como “horríveis” e disse que a atitude não corresponde aos protocolos da PM. “Nenhuma pessoa pode ser submetida a esse tipo de condição”.
A Ouvidoria disse que não sabe ainda o que aconteceu e está trabalhando junto à Secretaria de Segurança Pública para ter acesso às informações do boletim de ocorrência e identificar quem era o homem e porque ele estava algemado.
CNN Brasil
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