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O presidente Jair Bolsonaro falará à nação, por seis minutos, nesta véspera de ano novo (31/12). O pronunciamento, marcado para às 20h30 no horário de Brasília, sucede um primeiro discurso feito no natal, e deve ocorrer em um momento de crise para o Palácio do Planalto: com a popularidade em queda, economia estagnada e criticado pela condução de uma pandemia que já matou 620 mil brasileiros, Bolsonaro ainda seguiu de férias em Santa Catarina, mesmo durante as enchentes que já mataram 25 pessoas na Bahia.

Assim como em outros discursos, os panelaços devem tomar conta das capitais brasileiras.

Por isso, o anúncio do discurso veio com uma jogada ensaiada entre os apoiadores bolsonaristas. O discurso oficial do grupo é que o “panelaço” que inevitavelmente deve ocorrer à noite não é uma manifestação contra o governo, e sim uma suposta manifestação simbólica “pelos três anos sem nenhum caso de corrupção no Brasil”. O próprio presidente Bolsonaro, em encontro com apoiadores, defendeu esta ideia:

Deputados da base aliada, como Carla Zambelli (PSL-SP) também defenderam a mesma narrativa:

A proposta, no entanto, não condiz com a realidade: apenas em 2021, escândalos envolvendo a compra de vacinas foram revelados pela CPI da Covid, e envolveriam diretamente o presidente Bolsonaro – que, avisado de possíveis irregularidades com a compra da Covaxin, não teria avisado às autoridades competentes, sendo acusado de prevaricação. A corrupção também teria exemplos dentro do governo, como no caso da tentativa de suborno da empresa Davati Medical Supply na venda de vacinas.

Outros exemplos de mau uso do dinheiro público vieram neste ano, como no escândalo das compras pelo poder público. Após análises do orçamento, ficou apontado que as forças armadas gastaram recursos destinados para combate à covid-19 com picanha, filé mignon e bebidas para seus membros. A investigação do TCU, revelada em dezembro, ocorre após um ano de denúncias sobre o tema – desde fevereiro, o Congresso em Foco aponta que 700 toneladas de carne nobre foram adquiridas pelos militares.

Congresso em Foco


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