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Partido disse que o presidente da sigla e o presidente da República decidiram pelo adiamento 'em comum acordo'. Bolsonaro já havia dito, mais cedo, que ainda tinha 'muita coisa a conversar' com o PL.


O PL informou em nota nesta domingo (14) que a filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido, inicialmente anunciada para o dia 22, foi adiada, sem nova data definida. A nota diz ainda que a decisão foi tomada em comum acordo entre Bolsonaro e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, após "intensa troca de mensagens na madrugada".

Eleito presidente pelo PSL em 2018, Bolsonaro deixou o partido em 2019 em meio a divergências com a cúpula da legenda. Na ocasião, chegou a articular a criação de uma nova sigla, a Aliança Pelo Brasil, que não passou da fase de coleta de assinaturas.

Depois de meses de indefinição sobre o futuro partido de Bolsonaro, o PL anunciou nesta semana que o presidente entraria para a sigla. Mas agora o desfecho terá que esperar mais um pouco.

"O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, comunicou aos liberais que a cerimônia de filiação do presidente Bolsonaro ao PL não será realizada no próximo dia 22, conforme anunciado na última semana", disse o PL na nota.

O partido afirmou que Valdemar enviou um comunicado de 8 linhas aos seus correligionários, informando do adiamento.

"No comunicado de 8 linhas, enviado na manhã deste dia 14 de novembro, o liberal esclareceu que a decisão resultou de uma 'intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo, 14, com o Presidente Jair Bolsonaro'. Segundo o mesmo comunicado, a decisão foi tomada 'de comum acordo', entre Costa Neto e Bolsonaro. A direção nacional do PL esclarece que ainda estuda outras datas para a realização do evento, a ser anunciada oportunamente", completou o partido.

Bolsonaro está em viagem oficial a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ao sair de um jantar em uma churrascaria brasileira, ele foi questionado por jornalistas sobre a nota do PL.

"Foi combinada com ele [Valdemar], respondeu o presidente.

Mais cedo, durante visita a uma feira de aviação em Dubai, Bolsonaro já tinha dito que provavelmente sua filiação não ocorreria na data marcada. Bolsonaro explicou que ainda há pendências a serem resolvidas com o PL, como a afinação do discursos em temas da pauta conservadora, considerada muito importante por Bolsonaro.

“Temos muitas coisas a acertar ainda. Por exemplo; o discurso meu e do Valdemar nas questões das pautas conservadoras, nas questões de interesse nacional, na política de relações exteriores", detalhou Bolsonaro. "A questão de defesa, os ministros, o padrão de ministros a continuar. Casamento tem que ser perfeito."

Ele disse também que devem ser discutidas coligações estaduais. “A gente não vai aceitar, por exemplo, São Paulo apoiar alguém do PSDB”, afirmou.


Centrão

O PL é um dos principais partidos do grupo informal da Câmara conhecido como Centrão, com o qual Bolsonaro se aliou e de quem depende para aprovar projetos de interesse do governo e se sustentar politicamente.

Nesse grupo, Valdemar é um dos políticos historicamente mais influentes. Em 2012, Valdemar foi condenado no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ele foi preso em 2013 e em 2014 passou a cumprir prisão domiciliar. Dois anos depois, em 2016, o ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu perdão da pena e determinou a soltura. Na ocasião, a decisão seguiu parecer da Procuradoria Geral da República (PGR). 


*G1

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