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Mossoró terá pela primeira vez uma ópera a partir do projeto pioneiro da Companhia Lyricus, que apresentará o espetáculo “O Empresário”, no período de 15 a 17 de outubro, no Teatro Lauro Monte Filho. O espetáculo reúne a música erudita, o teatro, a dança, a literatura e é uma livre adaptação em português da ópera em 1 ato “Der Schauspieldirektor”, de W. Amadeus Mozart. A companhia Lyricus deu um toque mossoroense à trama da montagem que entrará para a história cultural da cidade. A ópera “O Empresário” foi contemplada com recursos da Lei Aldir Blanc, da Prefeitura de Mossoró.

Claudia Max, diretora-geral do espetáculo, destacou que mesmo sendo gênero musical e uma expressão artística existente desde o século XVII com sucesso até hoje na Europa e outras partes do mundo, incluindo o Brasil, havia uma lacuna em relação à ópera em Mossoró.

“Por a gente não ter essa tradição da música erudita aqui em Mossoró, pelo menos nunca houve a montagem de uma ópera. Então, como eu sou educadora musical, musicista, professora de canto, trabalho com espetáculos de música popular e música erudita, eu sinto falta de um trabalho de base, de um trabalho que venha proporcionar mais uma qualidade, que venha diversificar a nossa cultura, enriquecer a nossa cultura. Então, eu pensei em fazer a montagem de uma obra que é uma coisa inédita em Mossoró, porque eu acho que em toda parte do mundo a gente precisa ter todas as vertentes de música de qualidade e a ópera é um espetáculo completo. Ela é a junção de todas as artes, da literatura, da dança, da música, do teatro. É uma riqueza muito grande que Mossoró tinha essa lacuna e a partir de agora com esse trabalho pioneiro na montagem da ópera O Empresário, que é a primeira montagem de ópera de Mossoró. Para nós é um motivo de muita alegria”, ressaltou a diretora.

A ópera é um história que traz elementos do teatro, mas além de ser contada com elementos cênicos também é cantada. Uma das vertentes mais conhecidas atualmente é o teatro musical da Broadway, que teve origem a partir da ópera. A diferença é que a ópera tem como base a música lírica e o teatro musical envolve a música popular. “Se não fosse a ópera não existiria o teatro musical. Na verdade, o teatro musical da Broadway bebeu na fonte da ópera”, afirmou Claudia Max.

Toque mossoroense

Embora a obra tenha sido escrita há 235 anos e com estreia em 1786, a ópera ainda traz uma trama com enredo bastante atual, pois trata-se de uma comédia, onde um empresário apaixonado pelas artes quer montar uma ópera em sua cidade, mas está desmotivado por falta de recursos e surge um banqueiro para patrocinar e junto com ele as cantoras líricas disputando para ser a “Prima Donna” da montagem. A Companhia Lyricus fez uma adaptação dentro da nossa realidade no texto originalmente escrito em alemão, que na ópera mossoroense será na versão em português. As músicas receberam versões em português feitas por Claudia Max para melhor entendimento da história.

“Ela fala de situações corriqueiras que acontecem nas melhores montagens de teatro e espetáculos do Brasil. Ela fala da falta de apoio, da dificuldade de se conseguir o patrocínio, ela fala do ego de artistas. A gente traz uma reflexão sobre o etarismo, a gente traz uma reflexão sobre a diferença, da importância do artista dele ser como ele é, a importância de todo mundo ter o seu lugar ao sol. Traz a discussão da questão do preconceito, da questão da discussão de gênero. Então, a gente traz tudo isso pra uma realidade atual que já acontecia nos tempos de Mozart”, destacou Claudia Max.

O enredo narra a trama da montagem de uma ópera desde seus bastidores em uma comédia que envolve a vida e a relação entre os artistas com mais variados dilemas e conflitos. São seis personagens: Frank (diretor interpretado por Leo Wagner); Bufos (assistente interpretado por André de Lima); Madame Truckerre (Tatyana Xavier); Mademoiselle Pantim (Nana Sousa); Mademoiselle Dukupuar (Kleiton D'Araújo); e Hélios (banqueiro interpretado por Marcos Vinicius).

“Na nossa adaptação a gente alterou o nome dos personagens até para melhor assimilação. A gente trabalha com a nossa linguagem, no mossoroês, digamos assim. Então, por exemplo, tem uma personagem que é muito cheia de truques, é muito cheia de artimanhas que rebatizamos de Madame Truckerre, que é cheia de truques e deu essa conotação um pouco francesa para ficar mais chique. É uma comédia, é uma ópera cômica que às vezes a gente acha que ópera é sempre uma coisa triste, é uma coisa melancólica, pesada... Essa é uma ópera leve, como se diz no linguajar musical, é uma ópera-bufa. Eu acredito que vai agradar a todo mundo”, disse Claudia Max, que também é diretora artística da ópera.

A ópera “O Empresário” estreia às 20h da sexta-feira (15), no Teatro Lauro Monte Filho. O espetáculo será apresentado no mesmo horário e local no sábado (16) e no domingo (17). Os ingressos estão sendo vendidos a preço popular no valor de R$ 20. Os ingressos podem ser adquiridos na Escola de Artes de Mossoró, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A Secretaria Municipal de Cultura apoia a ópera e o projeto foi patrocinado no edital do chamamento público nº 005/2020 da Lei Aldir Blanc.

Sobre a Companhia Lyricus

A Companhia Lyricus surgiu em 2017, a partir das professoras Claudia Max e Tatyana Xavier, como estratégia de fomentar o canto lírico na cidade de Mossoró. O grupo vem desenvolvendo um trabalho tanto a vertente do canto erudito quanto a vertente da MPB e de grandes clássicos da música universal de todos os tempos. A partir desse trabalho pioneiro e de excelência, a Companhia Lyricus vem se destacando no cenário artístico-musical da cidade, já tendo realizado várias apresentações, shows, musicais, produzindo grandes espetáculos, tais como Grandes Clássicos Infantis in Concert, Passione, Cantos della terra e Árias e Canções.

Ficha Técnica:

Músicos instrumentistas Quarteto de Cordas Mozartianos: Keyvison Danilo (primeiro violino), Isaac Rufino (segundo violino), Lucas Almeida (viola), Jonathan Rodrigues (violoncelo);

Pianista convidado: Heber Jamin;

Direção artística, produção-geral e versão em português das músicas: Claudia Max;

Direção musical e arranjo para orquestra de câmara: Kleiton D’Araújo;

Direção cênica e livre adaptação do texto: Leo Wagner;

Produção executiva: Manu Aires;

Preparação vocal: Tatyana Xavier;

Cenografia: Damásio Costa;

Figurinos: Marcos Leonardo;

Maquiagem: Joriana e Manu P.;

Iluminação: Alex Peteka;

Design das artes: Felipe Nobre.


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