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De acordo com os dados do Localiza SUS, no Brasil mais de 4,5 milhões de pessoas foram imunizadas com a vacina anti-Covid da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, a única aplicada com apenas uma dose no país.

Quando o imunizante começou a ser distribuído, em junho, a campanha de vacinação já havia contemplado idosos, que, assim como os imunodeprimidos, fazem parte da recomendação feita pelo Ministério da Saúde para a aplicação de uma dose adicional. Não há nenhuma orientação nesse sentido para a população em geral que foi imunizada com a vacina da Janssen.

Em agosto, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o laboratório se reuniram para discutir a necessidade de uma dose de reforço para as pessoas vacinadas com o imunizante. Segundo a agência, ainda não há dados conclusivos sobre a questão.

“Os imunodeprimidos que receberam a Janssen vão ter que fazer a dose de reforço. Mas, por enquanto, em nenhum estudo está sendo colocada a necessidade de a população em geral fazer a segunda dose, no caso da vacina da Janssen, ou a terceira, no caso das outras”, afirma Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

A Johnson & Johnson divulgou resultados preliminares de dois estudos de fase inicial nos quais foi avaliada a eficácia de uma dose de reforço do imunizante. De acordo com a farmacêutica, a segunda aplicação aumentou em nove vezes os níveis de anticorpos de ligação nas pessoas vacinadas.

Nesse sentido, o presidente da SBIm destaca que todas as vacinas anti-Covid apresentaram resultados mais potentes após a aplicação de uma dose adicional.

“Uma coisa que temos que lembrar é a tendência de diminuição da proteção das vacinas com o tempo. Ter um reforço por enquanto não é uma recomendação, mas neste momento ainda não dá para afirmar se é ou não necessário.”

O médico pondera que é preciso “observar como vai ser a evolução [da imunidade], até porque podem surgir variantes como a Delta [que é mais transmissível]”.

“São muitas variáveis ​​que precisam ser levadas em conta quando se decide aplicar uma dose de reforço.”

Além disso, o especialista acrescenta que ainda não há um cenário que permita a aplicação generalizada de doses adicionais, pois a vacinação não avançou de forma igualitária em todos os países.

“Nós vamos precisar melhorar a cobertura vacinal de todos os países, incluídos os mais pobres. Muitos não alcançaram nem 5% da população vacinada. Então não vai adiantar vacinarmos 90% do Brasil se tivermos países em que a cobertura chega a 10%, porque o vírus vai continuar circulando e vão aparecer novas variantes que podem escapar da resposta imune, tanto natural quanto da induzida por vacina”, explica Cunha.

A Johnson & Johnson concluiu, por meio de um estudo realizado com oito pessoas, que a vacina da Janssen é eficaz contra a variante Delta do coronavírus. Outro estudo, com 20 pacientes do Centro Médico Beth Israel da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, apresentou resultados semelhantes.

No caso das vacinas aplicadas em duas doses, como a da Pfizer, a da AstraZeneca e a CoronaVac, observou-se que apenas a primeira aplicação não é capaz de neutralizar a ação da cepa no organismo. Vale destacar que, nesse contexto, uma pessoa só é considerada completamente imunizada após 15 dias da aplicação da segunda dose.

O que se sabe é que uma pessoa vacinada pode ser infectada por qualquer uma das variantes, porque nenhuma vacina em aplicação é capaz de impedir o contágio e a transmissão do vírus — os imunizantes atuam para impedir que a infecção se desenvolva de forma grave e provoque a morte dos infectados.

Agora RN


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