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Por Josivan Barbosa*

Não temos condições de falar sobre o trecho compreendido entre o Distrito de Jucuri e o entroncamento com a RN 015, mas não deve estar em boas condições, pois, é uma região de solos rasos e, assim, há muitas pedras na superfície.

A parte do Rio Grande do Norte da BR 437 tem extensão de apenas 32 km e se continuarmos com essa capacidade de articulação da Bancada Federal em Brasília, é provável que passaremos mais uma década sem a sua pavimentação.

O trecho que se inicia no Km zero (parte da estrada no estado do Ceará) na comunidade de Baixa Branca e que tem uma extensão de 52 km até a BR 116, após o município de Tabuleiro do Norte (sentido Sul), está em ótimas condições de trafegabilidade até o DIJA (Distrito Irrigado Jaguaribe – Apodi).

Inclusive, há um trecho que já foi pavimentado que se inicia na comunidade do Km 60, onde está instalada a Calcário do Brasil, uma grande fábrica de cal do grupo Carbomil.

Em toda a extensão da Estrada do Cajueiro é visível os sinais de êxodo rural. Há inúmeras casas abandonadas, mesmo sendo de boa qualidade para a região. O isolamento e a dificuldade de transportes coletivos provocaram a saída de inúmeras famílias ao longo da Estrada do Cajueiro.

Apesar de ser uma região com poucas possibilidades de desenvolvimento da agricultura irrigada em função da limitação de água, mas os poucos produtores sempre tiveram muita dificuldade de escoar a produção, o que tornou a Estrada do Cajueiro um deserto de projetos.

Estrada do melão

Tivemos também a oportunidade de conhecer a terceira etapa da Estrada do Melão que é um prolongamento da RN 015 a partir do eixo viário de Baraúna e que tem uma extensão de 18 km. Fiquei surpreso com a quantidade de produtores da agricultura irrigada que estão se instalando ao longo daquele trecho, o que mostra que estrada sempre implica em desenvolvimento de novos projetos. São produtores de banana (principal cultura instalada), melão, melancia, mamão formosa, maracujá, entre outros.

Há logo no início da estrada uma área com maracujá que com certeza é a maior já instalada nos últimos anos na região compreendida pelo Polo de Agricultura Irrigada RN – CE que vai de Touros – RN até Limoeiro do Norte, numa extensão de cerca de 400 km.

O Governo do Estado do RN está de parabéns pela conclusão da terceira etapa da Estrada do Melão e agora é partir para concluir a segunda etapa que vai da BR 304 (altura da comunidade rural do Km 31) após a sede da antiga Maisa até a sede do município de Baraúna. No trecho da segunda etapa há várias comunidades rurais tradicionais e inúmeros assentamentos que serão beneficiados com o projeto. É um trecho que tem muitos produtores rurais de pequeno e médio porte.

A gestão política para a construção da Estrada do Melão iniciou-se em 2005 no Governo de Wilma de Faria. Já são 16 anos de luta pela Estrada do Melão. Até o momento foram feitos menos de 40 km, faltando ainda cerca de 32 km.

O município mais beneficiado com a Estrada do Melão é, sem dúvidas, Baraúna. Mas, por incrível que pareça, é o município que menos tem feito gestão política para a conclusão da estrada.

Exportação do melão e melancia

Iniciou-se na semana passada a temporada de exportação de melão e melancia da safra 2021/22 para a Europa e outros continentes.  A exportação sempre se inicia entre as semanas 33 e 34, o que novamente se repetiu em 2021.

Os primeiros embarques foram marcados por atraso de navios e os três portos (Pecém, Mucuripe e Natal) estão sendo utilizados pelos exportadores, conforme a frequência de navios. A concentração de frete marítimo na mão de poucas empresas multinacionais é o grande problema enfrentado pelo produtor por ocasião de negociação dos contratos de frete.

Rio Jaguaribe

O volume de água disponibilizado no Rio Jaguaribe para atender os produtores da agricultura irrigada dos perímetros irrigados como o DIJA e o DISTAB (Distrito Irrigado Tabuleiro de Russas) está colocando em dificuldade os novos projetos de agricultura irrigada da região da Chapada do Apodi e Vale do Jaguaribe.

Durante a semana estivemos na Barragem das Pedrinhas (Limoeiro do Norte) e na Barragem de Quixeré. Em ambas, a vazão é mínima e não atende a necessidade do produtor. Não acreditamos que a integração da bacia do Rio Jaguaribe com a bacia do São Francisco mude a situação. Já será de bom tamanho se a água do São Francisco (Velho Chico) atender a demanda de Fortaleza e entorno.

*Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Ufersa


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