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O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), leu discurso contra o desfile de carros blindados militares nesta 3ª feira (10.ago.2021). O senador chamou o ato de “patético” e “arroubo golpista” do presidente Jair Bolsonaro.

“Em apenas dois anos e meio de mandato, Bolsonaro colocou o país nessa situação vexatória, degradou as instituições e rebaixou as Forças Armadas, formada em sua grande maioria por homens sérios e honrados, como pude presenciar de perto no meu Amazonas”, declarou.

O presidente Jair Bolsonaro assistiu nesta 3ª feira a desfile militar na Esplanada dos Ministérios junto de ministros e dos comandantes das Forças Armadas. Na rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro recebeu convite para comparecer a uma Demonstração Operativa em Formosa (GO).

A parada militar durou cerca de 10 minutos e contou com 44 veículos militares entre blindados, tanques e caminhões. Na 2ª feira (9.ago), o presidente convidou chefes dos 3 Poderes e presidente de tribunais para participarem do ato militar.

O desfile ocorreu no mesmo dia em que está prevista a votação da proposta do voto impresso. A Marinha, responsável pelo ato, negou que o desfile de carros blindados tenha relação com as atividades no Congresso.

Aziz disse que “não haverá” voto impresso e que não haverá nenhum “golpe” contra a democracia brasileira.

“A democracia tem instrumentos para defender a própria democracia contra arroubos golpistas. Agressões à Constituição não são legítimas. Defender golpe não é aceitável. E defender o fim da democracia precisa ser punido com o rigor da lei.”

Depois do discurso de Aziz, outros senadores da comissão usaram a palavra para falarem sobre o tema. A maioria foi na mesma linha, fazendo fortes críticas ao ato:

HUMBERTO COSTA (PT-SE)

O petista disse que o desfile realmente acontece há muitos anos, mas nunca houve essa demonstração passando em frente ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

“Ninguém tem o direito de ganhar no grito. Ninguém tem o direito de intimidar o Parlamento brasileiro por conta de uma posição política. E tem mais: o apreço do Presidente a esse chamado voto impresso não é porque ele queira mais segurança na votação, é porque ele quer um pretexto para dizer que o sistema não é seguro, para desqualificar as urnas eletrônicas e, para o caso de ele perder a eleição, acusar a existência de fraude e tentar aplicar um autogolpe.”

EDUARDO BRAGA (MDB-AM)

O senador criticou a mudança nas urnas eletrônicas para que estas imprimam comprovantes de votação e declarou que o método eleitoral brasileiro já é auditável.

“A nossa verdadeira arma é aquele documento verdinho, que, no dia 3 de outubro ou no 1º domingo de outubro, irá representar a vontade do povo brasileiro para eleger o novo Presidente da República Federativa brasileira. É para isto que estamos aqui no Senado: para proteger, zelar pelas instituições democráticas. Os Poderes são independentes, entretanto harmônicos. E assim faremos, pelo nosso partido, e tenho certeza de que pelo conjunto do Senado da República.”

OTTO ALENCAR (PSD-BA)

Otto declarou que não foi a 1ª vez que o presidente Bolsonaro usou seu cargo para intimidar outros Poderes. Para ele, o chefe de Estado deveria se preocupar com a inflação e com as vítimas da pandemia no Brasil.

“Eu acredito que nenhum chefe de Poder deve estar, hoje, ao lado do Presidente da República, para que ele, sozinho, possa permanecer nessa sua posição de querer estimular um golpe militar para intimidar as pessoas que deverão, o ano que vem, de forma livre e soberana, chegar às urnas e votar escolhendo um novo Presidente da República.”

ROGÉRIO CARVALHO (PT-SE)

O senador pediu que a Câmara e do Senado votem os projetos necessários para evitar que as intimidações de Bolsonaro tenham força. A Casa Alta votará o projeto que substitui a LSN (Lei de Segurança Nacional), da época da ditadura, e a Casa Baixa vota a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso.

“Ele [Bolsonaro] será derrotado, sabe por quê? Porque ele não foi capaz de ter empatia com as 563.707 mortes. Ele não se indignou, ele não se solidarizou com família nenhuma, ele não visitou nenhum hospital neste País, ele não visitou nenhuma família, ele não prestou solidariedade a nenhuma vítima da maior tragédia que se abateu sobre a humanidade neste século.”


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