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O MPF-RS (Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul) solicitou ao grupo farmacêutico José Alves o pagamento de uma indenização no valor de R$45 milhões por pagar um anúncio defendendo o “tratamento precoce” contra covid-19. O órgão considera que houve dano coletivo moral e à saúde. As informações são do Repórter Brasil.

O Grupo José Alves é dono da fabricante de ivermectina Vitamedic. O medicamento, que é indicado para tratar de parasitas, compõe o “kit covid” do tratamento precoce.

A farmacêutica também financiou o site da associação Médicos pela Vida, responsável pela propaganda. O MPF também processou a associação, sob a mesma alegação. Na ação, o órgão cobra uma indenização de R$10 milhões.

Na publicidade, nomeada de “Manifesto pela Vida”, o uso de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina era recomendado para “previnir complicações e diminuir óbitos” por covid-19.

O consumo dessas medicações para o tratamento ou prevenção da covid-19 não possui eficácia comprovada.

O Grupo José Alves admitiu na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado da covid-19 que pagou R$717 mil para anunciar o manifesto nos jornais Folha de S.Paulo, Zero Hora, O Globo, Jornal do Commercio, Estado de Minas, Correio Braziliense, Correio e O Povo.

A legislação brasileira proíbe o uso de veículos de comunicação destinados ao grande público de fazer propagandas de medicamentos tarja vermelha, como a hidroxicloroquina e ivermectina. A lei também proíbe publicizar remédios usando informações falsas e sem comprovação científica.

A farmacêutica obteve um aumento de mais 1000% na sua receita em 2020. No ano passado, o Grupo José Alves vendeu 284,6 milhões comprimidos de ivermectina ante a 22,5 milhões em 2019.

Poder 360



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