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O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 4,25% para 5,25% ao ano. A decisão foi tomada na 4ª feira (4.ago.2021) de forma unânime e representa a 4ª alta consecutiva dos juros.

A alta de 1 ponto percentual da Selic era esperada pelo mercado financeiro, apesar de o Copom ter indicado que elevaria os juros em 0,75 ponto porcentual na reunião anterior, realizada em 15 e 16 de junho. Naquela ocasião, o Comitê elevou a Selic de 3,5% para 4,25% ao ano.

A taxa básica de juros atingiu o mínimo histórico de 2% ao ano em 2020, mas entrou em um ciclo de alta em 2021, depois de quase 6 anos de queda, por conta da elevação da inflação. A Selic subiu de 2% para 2,75% em março, de 2,75% para 3,5% em maio e de 3,5% para 4,25% em junho e agora de 4,25% para 5,25%.

Com a alta de 4ª feira (4.ago), a Selic atinge o maior patamar desde setembro de 2019, quando estava em 5,5%. 

O Copom é um colegiado formado pelos diretores do BC (Banco Central) que se reúne a cada 45 dias para definir o patamar da Selic, com base nos índices de preço e nas projeções para a inflação futura. Nesta 4ª feira (4.ago), o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, não participou da reunião porque está com covid-19.

O Copom ajusta a taxa básica de juros para tentar colocar a inflação na meta anual definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No acumulado em 12 meses até junho, a inflação marcou 8,35%. Foi a maior variação acumulada em 12 meses desde setembro de 2016, quando os preços subiram 8,48%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Quando a inflação fica fora da meta, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao governo federal explicando os motivos para o índice oficial de preços ficar fora da meta. A última vez que isso aconteceu foi em 2017, quando a inflação ficou abaixo do piso da meta.

Neste ano, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, pode ter que fazer o mesmo. A meta de inflação é de 3,75%, com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima ou para baixo. Ou seja, o piso é de 2,25% e o teto, 5,25%. O BC, no entanto, estima que a inflação vai fechar o ano em 5,8%.

Segundo o último Boletim Focus, o mercado financeiro espera que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) suba 6,79% em 2021. Por conta disso, o mercado acredita que a Selic vai fechar o ano em 7%.

JUROS REAIS

Com a alta de 1 ponto percentual da Selic, os juros reais do Brasil, que consideram a inflação, subiram de 1,92% para 2,52%. O cálculo é da Infinity Asset e considera a projeção para a inflação dos próximos 12 meses.

O Brasil está no 2º lugar do ranking de maiores juros reais do mundo, atrás apenas da Turquia, com 6,40%. 

Poder 360


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