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Em um vídeo que circula nas redes sociais, o senador Styvenson Valentim (Podemos), do Rio Grande do Norte, comentou um caso de agressão cometida por um policial militar contra uma mulher, no estado, afirmando que não sabia o que a vítima tinha feito "para merecer os tapas".

A fala do senador foi feita durante uma transmissão ao vivo, que não está disponível no perfil do político nas redes sociais. Internautas e políticos do estado criticaram o senador pela fala.

“Um dia me pegaram numa entrevista e disseram: capitão o caba deu na mulher com uma criança e não sei nem o que, não sei nem o que. E eu disse: amigo, eu não estava na ocorrência. Eu não estava. Eu não sei como foi. Como eu vou dar uma explicação de uma coisa que eu... Pelo vídeo aí, eu estou vendo que ele está dando dois tapa (sic) na mulher, uns tapa (sic) bom, na mulher. Agora, eu sei lá o que essa mulher fez para merecer dois tapa. Será se ela estava calada, rezando o Pai Nosso, para levar dois tapa (sic)? Eu não sei, eu não sei”, declarou Styvenson, que é capitão da Polícia Militar e foi eleito para o cargo em 2018.

Em contato com a Inter TV Cabugi na noite de sábado (24), o senador disse: "Não concordo com violência contra mulher, mas quis entender a natureza da ocorrência e o motivo do PM agredi-la, pois isso seria um bom diagnóstico da saúde mental dos nossos policiais que estão na rua".

Styvenson disse que ligou para o policial para entender a ocorrência e vai tentar contato com a mulher agredida. "Eu tive o trabalho de ligar para o policial militar, conversei com o sargento que tem 26 anos de serviço militar prestados e àquela cidade. E quis saber dele, ainda vou procurar a mulher, o motivo que ocasionou aquela ocorrência, a lesão, desde a origem da ocorrência dela àqueles tapas que aquela mulher levou".

"Em momento algum eu disse que quero que a mulher seja espancada ou admito que mulher seja agredida", reforçou.

Repercussão

"Nada justifica violência contra mulher. Nada! Toda solidariedade às mulheres vítimas de agressão e que são mais uma vez agredidas, agora, por uma fala tão enojante", declarou a deputada federal pelo RN, Natália Bonavides (PT).

"Senador Styvenson, respeite as mulheres! Em especial as que vivenciam situação de violência", comentou a vereadora por Natal, Brisa Bracchi.

Já a vereadora Nina Sousa (PDT), afirmou que a fala era "absurda". "Violência contra mulher é crime e a Lei Maria Da Penha existe para punir os responsáveis", disse.

O caso

O caso comentado pelo senador ocorreu no dia 15 de julho no município de Santo Antônio, no Agreste potiguar. Um policial militar agrediu uma mulher e a chamou de "cachorra" ao atender a uma ocorrência de violência doméstica. A mulher estava com uma criança no colo, quando levou tapas na cara e foi empurrada ao chão.

As cenas foram flagradas em um vídeo gravado por testemunhas. A mulher chamou a polícia porque o irmão dela estava agressivo, quebrando as coisas em casa. Ela estava abrigada na casa de um vizinho quando uma viatura chegou à rua, acionada por uma denúncia de violência doméstica. Os policiais então entram na casa onde a vítima mora em busca do agressor, mas ela correu em direção aos policiais e pediu: "Peraí. Ninguém precisa bater nele não".

Irritado, um dos policiais começa a brigar com a mulher e a chama de "cachorra". É possível ouvir no vídeo o agente dizendo "Meta a mão mesmo. Bata nessa cachorra. Essa cachorra merece apanhar mesmo". Quando a mulher retruca, ele passa a agredi-la com tapas na cara, na frente de várias testemunhas, e chega a derrubá-la no chão.

Após o caso, a PM abriu uma investigação e afastou os militares envolvidos na ocorrência. Nas redes sociais, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), classificou o caso como um "episódio lamentável". Fátima ainda afirmou que determinou "providências imediatas para apuração e punição dos responsáveis".

"Medidas já foram adotadas. Os policiais foram afastados e as respectivas condutas serão apuradas com direito de defesa, como determina a lei", informou no dia 16.

G1/RN




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