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 O presidente Jair Bolsonaro oficializou a indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, ao STF (Supremo Tribunal Federal). A decisão foi publicada na edição de 3ª feira (13.jul.2021) do DOU (Diário Oficial da União). 

Mestre e doutor em direito, Mendonça tem 48 anos de idade. Se aprovado pelo Senado Federal, o atual AGU poderá ficar por 27 anos na Corte, até o limite de 75 anos. Ocupará o lugar de Marco Aurélio, que se despede do cargo depois de 31 anos no STF.

Na 2ª feira (12.jul), Bolsonaro já havia confirmado a escolha depois de se reunir com o presidente do STF, Luiz Fux. Pela manhã, o chefe do Executivo se reuniu com Mendonça no Palácio do Planalto.

Em 6 de junho, Bolsonaro adiantou a decisão à sua equipe de ministros. O Poder360 apurou ainda que o presidente também já tinha avisado Fux sobre a escolha há semanas. A informação oficial, porém, como pediu Fux, só seria confirmada depois da aposentadoria de Aurélio Mello. O agora ex-ministro do STF disse em sua última sessão plenária na Corte que Mendonça tem a sua “torcida” para substituí-lo.

O presidente Bolsonaro reafirmou várias vezes sua intenção de indicar um evangélico ao posto de ministro do Supremo. Além disso, disse que busca um perfil amigável, com relação pessoal para o posto. Mendonça, 2ª indicação de Bolsonaro para a Corte, cumpre os 2 requisitos.

O presidente afirmou em 7 de julho que Mendonça era a “pessoa ideal” para a vaga no STF por ter “notável saber jurídico” e “ser uma pessoa humilde”. Bolsonaro também disse que gostaria de ver as sessões do STF começando com uma oração feita por Mendonça, que é pastor.

PERFIL

André Mendonça tem 48 anos. É o 3º AGU indicado para o STF. Também ocuparam o cargo Gilmar Mendes (no governo de Fernando Henrique Cardoso) e Dias Toffoli (com Lula).

Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, em Brasília, Mendonça integra os quadros da AGU desde 2000. Natural de Santos (SP), ele é doutor e mestre em direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha, e graduado em direito pela ITE (Instituição Toledo de Ensino), atual Centro Universitário de Bauru.

Apesar de seu perfil evangélico ser uma das características buscadas por Bolsonaro, ele afirma que não coloca sua fé à frente de suas decisões. Durante julgamento no STF sobre liberação de cultos na pandemia, o atual AGU citou passagens bíblicas e disse que “sem vida em comunidade não há cristianismo”. Também é a favor de isentar igrejas do pagamento de impostos.

Apesar dessa afirmação, não dá para negar que a escolha é um aceno à base evangélica, pois, desde 2019, Bolsonaro prometia indicar um nome “terrivelmente evangélico” para o STF. A promessa foi descumprida em outubro de 2020, quando o escolhido foi Kassio Nunes Marques para a vaga de Celso de Mello.

Na fala de ontem, Bolsonaro disse que os 40% dos evangélicos do País "merecem" alguém que os represente na Corte. E afirmou ter pedido a André Mendonça que ele abra as sessões ao menos uma vez por semana com uma oração.

Durante quase um ano, Mendonça foi o ministro da Justiça, depois da saída do ex-juiz Sérgio Moro. Em sua gestão, o ministério manteve um relatório sobre opositores do governo Bolsonaro. À época, disse que governos anteriores faziam o mesmo acompanhamento.

Mendonça voltou ao comando da AGU em abril deste ano. Ele foi indicado como advogado-geral da União por Bolsonaro antes, em 2019.

No período em que fez parte da AGU, Mendonça trabalhou no combate à corrupção e teve atuação em áreas econômicas, como em leilões de infraestrutura e no departamento de patrimônio e probidade. Em sua trajetória, também teve passagem pela CGU (Controladora Geral da União), onde foi assessor do ministro Wagner Rosário.

Com informações do Poder 360 e Brasil 247


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