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Cientistas brasileiros do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), constataram a ocorrência de coinfecção, ou infecção simultânea, por duas variantes do Sars-CoV-2 em duas mulheres brasileiras na faixa dos 30 anos. 

A coinfecção não significa um risco maior da Covid-19 se agravar, já que as duas apresentaram sintomas leves e não precisaram ser internadas. 

Em um dos casos, foram constatadas duas variantes que circulam no Brasil desde o início da pandemia. No segundo, além de uma variante mais antiga, constatou-se também a variante P2, identificada pela primeira vez no Rio.

Segundo o virologista Fernando Spilki, da Feevale, que assinou o estudo publicado na publicação Virus Research, a coinfecção já era esperada.

"Um achado robusto como o nosso é inédito no mundo, mas já havia a desconfiança de que isso já teria ocorrido", explicou ao Estadão. "Até porque esse tipo de fenômeno é esperado no caso dos coronavírus, está na base da criação de novas variantes na natureza (além de mutações)".

Apesar de as duas mulheres não terem desenvolvido sintomas graves, Spilki alerta que a coinfecção pode levar a uma gravidade maior.

"Temos duas variantes de alta transmissibilidade circulando, a P2 e a britânica. Temos também, ao que tudo indica, a variante P1 que provocaria casos mais agressivos", explica Spilki. "Vamos imaginar que, com a circulação desenfreada do vírus, essas duas variantes se encontrem no mesmo indivíduo. A recombinação do genoma pode dar origem a uma variante com as duas características: mais transmissível e mais agressiva, características que tornariam o controle ainda mais difícil".

O pesquisador condenou o que ele chama de "controle flácido" da transmissão no Brasil e reforçou a importância das vacinas: "Na segunda onda, até mesmo devido a um controle muito flácido, houve expansão muito grande na diversidade do vírus. As mutações se dão ao acaso, mas quanto maior o número de hospedeiros, maior o número de mutações que acabam se estabelecendo ao longo do tempo na forma de variantes e, posteriormente, linhagens".

"Muito pelo contrário: a vacinação em massa é fundamental, e quanto mais rapidamente acontecer, menor a chance do surgimento dessas novas variantes", conclui o pesquisador.

Brasil 247




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