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O ex-ministro da Secretaria-Geral da República Gustavo Bebianno afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda antes do segundo turno das eleições de 2018, teria tido “cinco ou seis” conversas com o então juiz Sergio Moro, para compor o ministério do futuro governo de Jair Bolsonaro. A informação relatada ao jornalista Fábio Pannunzio, no canal TV Giramundo, no YouTube, no domingo (17), desmente a versão de Moro e do próprio presidente que alegam que as negociações teriam começado após o resultado das eleições.

Bebiano conta que soube das tratativas em conversa com Guedes, no dia do segundo turno, na casa de Bolsonaro. Até então, ele acreditava que estava “a um passo” de ocupar o cargo de ministro da Justiça, antes de ser escanteado por Moro. O ex-ministro da Secretaria-Geral disse que não tem conhecimento da participação direta do atual presidente na negociação.

A versão de Bebianno também reafirma a parcialidade de Moro enquanto juiz, na medida em que tomou decisões que impactaram no resultado da disputa, como, por exemplo, a divulgação a seis dias do primeiro turno do conteúdo de delação do ex-ministro Antônio Palloci, apontada pelo próprio Ministério Público Federal (MPF) como insuficiente devido à falta de elementos probatórios. Mais ainda, reforça as suspeitas que Moro agiu politicamente para prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de modo a garantir benefícios pessoais com a vitória do campo político adversário.

Reações

Baseando-se na entrevista de Bebianno, o PT quer convocar Moro para depor na Câmara dos Deputados sobre a sua entrada no governo. O partido reclama que Moro vinha apresentando outra versão sobre o convite de Bolsonaro e lembra que o ministro pode responder por crime de responsabilidade caso tenha mentido sobre essa questão no Congresso. Bebianno, então, soltou nota para esclarecer a questão. Veja a íntegra abaixo.

"Em entrevista ao jornalista Fabio Pannunzio, no último sábado, ao falar sobre os bastidores das eleições e da composição do governo, comentei que o Ministro Paulo Guedes tinha sondado o então juiz Sergio Moro para o Ministério da Justiça.

Alguns veículos de imprensa distorceram o conteúdo da entrevista, para criar uma narrativa de complô político, que nunca existiu.

Até onde tenho conhecimento, o então candidato Jair Bolsonaro, de forma deliberada, nunca teve contato ou se encontrou com o juiz Sergio Moro antes de ser eleito.

Qualquer contato que tenha existido entre os hoje Ministros Paulo Guedes e Sergio Moro, antes das eleições, foi resultado de um impulso pessoal do primeiro para buscar um nome de peso para o governo, caso Jair Bolsonaro fosse eleito.

O Ministro Sergio Moro sempre se mostrou um magistrado sério e comprometido com a justiça, a ética e o país. Quando aceitou a nomeação ao Ministério da Justiça, abandonou uma carreira estável e brilhante na magistratura, para assumir uma nova função pública, instável e incerta. Mostrou, mais uma vez, seu compromisso primordial com o Brasil."

Com informações da Rede Brasil Atual e Congresso em Foco


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