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Em meio às dificuldades de reação da economia brasileira e problemas estruturais de produtividade, o país também tem perdido a atratividade para investidores estrangeiros. Além do menor nível de fluxo de recursos para investimentos no Brasil e persistentes incertezas sobre o ambiente de negócios, também tem chamado a atenção a frequência de anúncios de empresas internacionais indo embora ou decidindo encerrar operações por aqui.

Entre essas companhias, estão a Ford Caminhões, os laboratórios Roche e Eli Lilly, a gráfica RR Donnelley, o aplicativo Glovo, a Nikon, a cervejaria Brasil Kirin, e redes de varejo como Lush e Kiehl's.



Embora as razões apresentadas por elas não sejam necessariamente as mesmas, e também estejam relacionadas a novas estratégias globais das companhias, em comum está a dificuldade de conseguir os resultados esperados, a decepção com o ritmo de crescimento da economia brasileira e a elevada imprevisibilidade em relação ao médio e longo prazos.

Diante das dificuldades de gerar a receita esperada e de expandir os negócios, a saída encontrada por essas empresas foi vender a operação para concorrentes já estabelecidos ou simplesmente fechar as portas. Outras recusaram-se a desistir, mas decidiram encerrar a produção local, passando a atuar somente com distribuição de importados. Consequentemente, fecharam postos de trabalho e colocaram mais pessoas na fila do desemprego.

E se alguns estão indo embora, outros estão desistindo ou adiando a vinda. Segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil caiu 12% em 2018, para US$ 59 bilhões. Com a queda, o Brasil passou da 4ª para a 9ª colocação entre os principais destinos no mundo. Em 2011, o montante chegou a US$ 96 bilhões. Veja gráfico abaixo:


O indicador é considerado como o melhor termômetro de "bom investimento", uma vez que os recursos vão para o capital produtivo (construção de fábricas, infraestrutura, empréstimos e fusões e aquisições).

Levantamento divulgado neste mês consultoria A.T.Kearney mostrou que o Brasil deixou o ranking dos 25 mais confiáveis para investimento estrangeiro. Foi a primeira vez que o país ficou fora da lista desde que o ranking foi desenvolvido, em 1998.

"Embora o Brasil seja uma economia emergente, a taxa de crescimento nos últimos 10 anos foi muito menor em relação ao que era projetado. Hoje, o foco no mundo inteiro está no retorno ao investidor. Então, a empresa acaba eventualmente preferindo absorver um prejuízo e encerrar suas atividades no país a correr o risco de uma perda ainda maior", afirma o economista Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em Gestão Financeira da FGV.

G1


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