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Mesmo para integrantes da equipe do governo de transição, a entrevista dada por Fabrício Queiroz ao SBT não esclareceu o principal ponto de questionamentos desde que o caso estourou, há 21 dias: os depósitos em sua conta de funcionários do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

O nome de Queiroz, ex-assessor de Flávio, apareceu em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentações financeiras atípicas de funcionários e ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. No caso de Queiroz, a movimentação foi de R$ 1,2 milhão durante um ano, segundo o Coaf.

Ao SBT, ele justificou essa movimentação atípica pela compra e venda de carros. E disse ser um "cara de negócios".

A expectativa interna era a de que Queiroz daria informações convincentes para encerrar o caso, o que, na avaliação de integrantes da transição, não aconteceu.

Com isso, mesmo aliados mais próximos de Bolsonaro avaliam que o caso continuará criando uma agenda negativa para o início do novo governo.

Na avaliação de um integrante da área militar da equipe de transição, Queiroz deveria ter apresentado todo o extrato de suas movimentações financeiras com explicações convincentes.

Integrantes da equipe de Bolsonaro ainda estão apreensivos sobre o detalhamento dessa explicações ao Ministério Público. Até agora, Queiroz faltou a duas audiências, alegando problemas de saúde.

De todo jeito, a avaliação é que a entrevista de Queiroz, depois de 21 dias do estouro do caso, pode ajudar a tirar o foco da família Bolsonaro, centrando a cobrança de explicações diretamente no ex-assessor.

Isso porque, na entrevista, Queiroz fez questão de assumir toda responsabilidade pela movimentação na conta, dizendo que ele é o problema, e não a família Bolsonaro.

Mesmo assim, interlocutores do presidente eleito avaliam que quanto mais demorar a explicação convincente, maior o potencial de desgaste desse caso.

Por Gerson Camarotti, do G1



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