Empresa diz que meta é reunir documentos necessários para análise do governo até novembro deste ano; negócio deve ser totalmente concluído no fim de 2019.
A Embraer espera conseguir submeter a criação da joint venture em parceria com a Boeing, anunciada nesta quinta-feira (5), à aprovação do atual governo.
"Nossa meta é na segunda metade de 2018, em outubro, novembro, ter os documentos definitivos e depois submetê-los ao governo do Brasil para aprovação e depois à assembleia geral (de acionistas)", disse o presidente da empresa, Paulo Cesar de Souza e Silva em teleconferência com analistas.
A expectativa é de que o negócio seja concluído ao fim de 2019, depois de obtidas as aprovações regulatórias em todos os países onde as duas empresas operam.
A Embraer já foi uma estatal e hoje o governo possui uma "golden share" na companhia, ação especial que garante poder de veto em decisões estratégicas, entre elas a transferência de controle acionário.
A empresa diz que continuará listada tanto na bolsa brasileira quanto na de Nova York e que o direito de "golden share" do governo brasileiro será mantido após o acordo.
*G1
- A combinação dos negócios entre Embraer e Boeing era esperada desde o fim do ano passado e já vinha sendo discutida pela administração do presidente Michel Temer, que chegou a declarar que o não aprovaria a transferência do controle da brasileira.
O acordo
A Embraer e a Boeing vão criar uma joint venture na área de aviação comercial, avaliada em US$ 4,75 bilhões, da qual a norte-americana terá 80% de participação e a brasileira, 20%.
Toda a divisão de aviação comercial da Embraer será transferida para a nova empresa e a brasileira vai receber US$ 3,8 bilhões da Boeing pela fatia majoritária no negócio.
O valor corresponde a 75% de todo o valor de mercado da Embraer (R$ 19,7 bilhões ou US$ 5,05). Já os US$ 4,75 bilhões pelo qual a joint venture como um todo foi avaliada equivalem a 94% do valor da companhia na bolsa.
As demais divisões da companhia, incluindo defesa e jatos executivos, não serão separadas para nova sociedade e continuarão sendo desenvolvidas pela Embraer.
A expectativa é de que o negócio gere sinergias de custos anuais de US$ 150 milhões antes de impostos até o terceiro ano.
"Firmar parceria com a maior empresa de aviação do mundo significará um imenso benefício para nossas operações, com acesso a mais mercados, redução de custos e ganhos de eficiência", afirmou Souza e Silva na teleconferência.
Negócio na área de defesa
As duas empresas anunciaram ainda que vão criar no futuro uma segunda joint venture para novos mercados de exportação e aplicações para produtos e serviços de defesa, em especial o avião KC-390. Não foram fornecidos, porém, detalhes sobre essa outra parceria.
“Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer”, disse em comunicado o vice-presidente executivo Financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, Nelson Salgado.
As duas empresas já mantêm um centro de pesquisas conjunto sobre biocombustíveis para aviação em São José dos Campos desde 2015.
A joint venture em aviação comercial grande acordo do setor aéreo em 9 meses. Em outubro do ano passado, a Airbus comprou metade do programa de aviões de médio alcance da Bombardier.
Postar um comentário