Após as chuvas acima da média, que voltaram a abastecer os reservatórios de água no interior do estado, o município de Jardim do Seridó, na região Seridó potiguar, deixou a situação de colapso no abastecimento de água. A distribuição ainda ocorre em sistema rodízio.
De acordo com a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte, 13 cidades ainda não podem ser abastecidas pelo sistema comum por causa do baixo volume dos seus reservatórios. Nesse caso, elas são atendidas por carros-pipa.
Desde a quarta-feira (25) os 12 mil habitantes de Jardim do Seridó voltaram a ser atendidos pela Barragem Passagem das Traíras, que está atualmente com 4% de sua capacidade. Técnicos da Caern estão trabalhando nos ajustes no sistema, que estava em colapso desde novembro de 2017.
A região do Seridó agora só tem uma cidade em situação de colapso: Cruzeta. Segundo a gerente da Regional do Seridó, Rosy Gurgel, a perspectiva é que o município também volte a ser abastecido normalmente pelo açude público da cidade nos próximos dias. O abastecimento também seguirá o sistema de rodízio.
"A Caern renova a recomendação para que a população dessas cidades esteja atenta ao uso racional da água, tendo em vista que os mananciais não estão completamente carregados", reforçou a empresa.
Reservatórios cheios
Dos 47 reservatórios monitorados pelo Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), todos com capacidade igual ou superior a 5 milhões de metros cúbicos, sete estão com seu volume máximo, após as chuvas dos primeiros quatro meses do ano. Já o açude Dourado, em Currais Novos e o Trairi, em Tangará, continuam totalmente secos. O levantamento é da última segunda-feira (30).
Açudes com volume máximo
Apanha Peixe, em Caraúbas
Santo Antônio, em Caraúbas
Encanto, em Encanto
Brejo, em olho d'água dos Borges
Riacho da Cruz II, em Riacho da Cruz
Beldroega, em Paraú
Pataxó, em Ipanguaçu
Seca histórica
Após seis anos seguidos de estiagem, o Rio Grande do Norte enfrenta a seca mais severa de todos os tempos. As chuvas que caíram no início do ano ainda não foram suficientes para reabatecer os reservatórios. Os efeitos são preocupantes. Dos 167 municípios potiguares, 153 estão em situação de emergência por causa da escassez de água – o que representa 92% do estado. Além das 13 cidades estão em colapso, outras 84 precisaram adotar sistemas de rodízio para ter água encanada. Ao longo destes anos, o governo estima que os prejuízos já passaram dos R$ 4 bilhões por causa da redução do rebanho e do plantio.
Cidades em colapso no RN
Luís Gomes, desde outubro de 2011
Tenente Ananias, desde agosto de 2014
João Dias, desde novembro de 2014
São Miguel, desde janeiro de 2015
Pilões, desde março de 2015
Rafael Fernandes, desde novembro de 2015
Paraná, desde dezembro de 2015
Marcelino Vieira, desde fevereiro de 2016
Almino Afonso, desde março de 2016
José da Penha, desde novembro de 2016
Cruzeta, desde setembro de 2017
Messias Targino, desde janeiro de 2018
Patu, desde janeiro de 2018
Fonte: G1/RN
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