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Seis meses após o Supremo Tribunal Federal determinar a abertura de inquérito sobre a edição de um decreto para o setor portuário, uma das principais suspeitas de investigadores da Polícia Federal é de que o presidente Michel Temer tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens.  Marcela Temer, s ua mulher, e o filho do casal são donos de alguns desses imóveis. Até agora, a investigação aponta que o presidente recebeu, por meio do coronel João Baptista de Lima Fillho, ao menos R$ 2 milhões de propina em 2014.

Neste mesmo ano, quando Temer foi reeleito vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, duas reformas foram feitas, em valores semelhantes, em propriedades de familiares do emedebista, da filha Maristela Temer e da sogra, Norma Tedeschi. Como mostrou a Folha, um dos fornecedores da reforma de Maristela afirmou ter recebido em dinheiro vivo pagamentos pelos produtos, todos das mãos de Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima.

A origem do dinheiro das obras são, para investigadores, a JBS e uma empresa contratada pela Engevix.
Executivos da JBS afirmaram em delação que repassaram R$ 1 milhão a Temer, com intermediação do coronel, em setembro de 2014.

Um dos sócios da Engevix, José Antunes Sobrinho, em proposta de colaboração, disse ter sido procurado por Lima com um pedido de R$ 1 milhão para a campanha do emedebista, também em 2014.

Pela linha de investigação do inquérito em andamento, o esquema no setor portuário começou há mais de 20 anos e chegou até os dias atuais, ou pelo menos até o mês de maio do ano passado, quando o presidente assinou um decreto prorrogando contratos de concessão e arrendamentos portuários, beneficiando companhias ligadas ao MDB.

O coronel Lima é tido como o principal elo dos supostos esquemas de Temer, por aparecer em casos diferentes que beneficiariam o presidente. Em uma conversa gravada na delação da JBS, Lima é citado pelo executivo Ricardo Saud como alguém que já tivesse recebido dinheiro.

“Eu já entreguei dinheiro demais para o coronel lá. Nunca deu problema”, afirmou o delator, como consta na decisão de abertura do inquérito.  Em seguida, Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer, respondeu: “Esse é o problema… o coronel não pode mais”.

A PF enviou ao Supremo nesta quinta (26) um pedido de prorrogação do prazo do inquérito, por mais 60 dias. Nesta segunda fase, o objetivo dos investigadores é aprofundar a conexão entre os serviços prestados aos familiares de Temer e concluir a análise de material apreendido com alvos da operação Skala, deflagrada no fim de março.

O depoimento de outro amigo de Temer, José Yunes, também está sendo considerado importante.
Ele disse à PF que um dos imóveis vendidos por ele a Temer foi doado ao filho do presidente três ou quatro anos atrás. Afirmou também que a casa que vendeu a Marcela foi paga com valores que pertenciam ao presidente.  Os investigadores vão tentar ainda rastrear a origem dos recursos para as compras de imóveis.

Para advogado, valores são compatíveis com os rendimentos.

Fonte: Folha de São Paulo

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