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A Assembleia Nacional de Cuba elegerá o sucessor de Raúl Castro durante uma sessão de dois dias que começa nesta quarta-feira. O indicado deverá ser o número dois do governo, Miguel Díaz-Canel, que se tornará o primeiro dirigente da ilha que não faz parte da "geração da Sierra Maestra", como são chamados os participantes do movimento guerrilheiro vitorioso em 1º de janeiro de 1959. Díaz-Canel, um engenheiro de 57 anos, nasceu depois da Revolução.

Prevê-se que hoje ocorra a posse dos 605 novos deputados da Assembleia Nacional, eleitos em março, e que será formada a Mesa Diretora do Parlamento.

A eleição dos deputados que integrarão o Conselho de Estado — cujo presidente sucederá Raúl Castro — deverá ocorrer amanhã, quinta-feira. Os membros serão propostos por um comitê de candidaturas e o voto dos deputados será secreto.

A data de 19 de abril, escolhida para a sucessão histórica, corresponde ao 57º aniversário da vitória cubana na Baía dos Porcos, quando foram derrotadas as tropas anticastristas arregimentadas e armadas pelos Estados Unidos que tentaram invadir a ilha e derrubar o governo revolucionário. Cuba a considera "a primeira derrota do imperialismo na América Latina" em 1961.

Raúl Castro, de 86 anos, encerrará uma era em Cuba ao passar o poder a um sucessor mais jovem, 12 anos depois de suceder seu irmão mais velho Fidel Castro, que deixou a Presidência oficialmente em 2008, dois anos depois de se licenciar por razões de saúde, e morreu em 2016. O caçula dos irmãos Castro não renunciará a todas as suas funções. Ele continuará atuando como secretário-geral do Partido Comunista de Cuba (PCC) até 2021.

Se não houver surpresas, a Assembleia deverá eleger como sucessor de Raúl o número dois do governo, Miguel Díaz-Canel, de 57 anos, um civil de uma nova geração que nasceu depois do triunfo da Revolução em 1959.

Díaz-Canel vem sendo preparado para assumir a Presidência da ilha desde 2003, quando tornou-se secretário do partido na provincia de Holguín. Raúl Castro não o convocou a Havana até 2009, quando ele assumiu o Ministério da Educação. Em 2012, Díaz-Canel tornou-se vice-presidente do Conselho de Ministros. Em 2013, passou a vice-presidente do Conselho de Estado. Foi quando Raúl Castro, num discurso, o apontou como sucessor: “Ele não é um novato ou improvisado”.

Díaz-Canel sempre usou uma retórica continuísta reforçada à medida que sua ascensão ao posto máximo se aproximava. Em 11 de março, ele elogiou a “geração histórica que nos conduziu e que forjou a Revolução”. Naquele dia, foram realizadas as eleições para deputados da Assembleia Nacional, que ratificarão amanhã o candidato a chefe de Estado — escolhido pela cúpula no último dia de um processo eleitoral controlado pelo Partido Comunista, o único permitido na ilha.

Fonte: O Globo

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