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Ricardo Campos era secretário local para juventude do partido Ação Democrática (AD) e morreu durante a madrugada de domingo (30).

Policiais se afastam do fogo após explosão de motos em protesto na Venezuela (Foto: Juan Barreto/AFP)

Policiais se afastam do fogo após explosão de motos em protesto na Venezuela (Foto: Juan Barreto/AFP)

Um dirigente da oposição morreu neste domingo (30) em um protesto pouco antes do início da votação de uma polêmica Assembleia Constituinte na Venezuela. Diversos protestos acontecem pelo país contra o governo de Nicolás Maduro, responsável pela convocação da eleição.


Um candidato também foi morto no sábado (29), e a oposição afirma que mais três manifestantes morreram antes do início da eleição. Além deles, outros dois homens foram mortos a tiros durante a madrugada, próximos a um dos locais de votação.

Na tarde de domingo, o Ministério Público informou mais uma morte, de Luis Zambrano, de 43 anos, que foi vítima de um tiro na cabeça durante um protesto em Barquisimeto.

Após o início do processo, quatro policiais ficaram feridos em uma explosão em meio aos confrontos com manifestantes.

O presidente venezuelano propôs a Constituinte como solução para a grave crise política do país, mas a oposição, que exige eleições gerais, considera a iniciativa uma fraude para tentar perpetuar o presidente no poder. Os opositores têm maioria no Parlamento.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mais de 19,4 milhões de venezuelanos estão registrados e podem votar. O comparecimento às urnas não é obrigatório, e não há um número mínimo de votantes para validar o processo.

Mortos e confrontos

O Ministério Público divulgou que Ricardo Campos, de 30 anos, morreu durante a madrugada em Cumaná, no estado de Sucre, em circunstâncias que estão sendo investigadas.

O deputado opositor Henry Ramos Allup informou que Campos era secretário local para juventude do partido Ação Democrática (AD) e que foi morto a tiros.

Os quatro policiais foram feridos na explosão de um artefato em uma avenida do bairro de Altamira, Caracas, onde dezenas de opositores protestavam contra a eleição da Assembleia Constituinte neste domingo, convocada pelo presidente Nicolás Maduro.

Segundo a agência de notícias EFE, um agente também foi ferido após a explosão de três motos policiais em um confronto.

Mais cedo, o MP informou a morte de um candidato a integrar a Assembleia Constituinte, José Félix Pineda, de 39 anos, no sábado (29) em Ciudad Bolívar (sudeste), mas não vinculou até o momento o caso a motivações políticas, assim como o assassinato de Campos.

Desde 1º de abril, quando começaram os protestos contra o governo e Maduro, a Procuradoria registrou 114 mortes, a mais recente delas a de Marcel Pereira, de 38 anos, durante um protesto no sábado em Chiguará (Mérida).

As mortes exacerbaram os ânimos para a votação da Constituinte, que acontece em um clima de grande tensão.

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