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Sérgio Moro diz que “há certos problemas no álibi” 
João Santana no IML em Curitiba
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, prorrogou nesta sexta-feira, por mais cinco dias, as prisões temporárias do marqueteiro petista João Santana e da mulher e sócia do publicitário, Mônica Moura. O magistrado, que havia negado, durante as investigações, decretar a prisão preventiva do casal Santana – situação em que os dois não teriam data pré-definida para deixar a cadeia – considerou que “há certos problemas no álibi” apresentado pelos dois, que, em depoimento à Polícia Federal, afirmaram que não sabia da origem dos recursos que foram depositados na conta da empresa que mantinham no exterior e disseram não ter relação com o codinome “Feira” – referência utilizada na contabilidade paralela do Grupo Odebrecht para registrar repasses de dinheiro. Para o juiz, que chegou a dizer que considera até a hipótese de Santana e Mônica terem outras contas secretas no Brasil e no exterior, a prorrogação da prisão “prevenirá a prática de fraudes para justificar as transações já identificadas”.

Segundo as investigações, entre 25 de setembro de 2013 e 4 de novembro de 2014, dias após o fim do segundo turno presidencial, o operador de propinas Zwi Skornicki repassou dinheiro a offshore panamenha Shellbill Finance SA, de João Santana e Mônica Moura. Foram nove transações, totalizando ao menos 4,5 milhões de dólares. A Shellbill Finance SA não foi declarada às autoridades brasileiras. Outros 3 milhões de dólares pagos ao marqueteiro, via Shellbill, pelo Grupo Odebrecht partiram de contas ocultas no exterior em nome das offshores Klienfeld e Innovation, que já são alvo da Lava Jato por terem sido usadas para abastecer com dinheiro sujo os ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Nestor Cerveró.
“A prova, em cognição sumária, da realização de outros pagamentos subreptícios pelo Grupo Odebrecht à “Feira”, ou seja, Monica Moura, durante o ano de 2014 e em reais no Brasil, é, em princípio, inconsistente com álibi apresentado, de que os pagamentos na Shellbill teriam sido os únicos efetuados pela Odebrecht ao casal e igualmente inconsistente com a alegação de que os valores não-contabilizados seriam referentes exclusivamente a campanhas eleitorais na Venezuela e em Angola”, disse Moro ao prorrogar a prisão do casal.

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