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Os católicos da Diocese de Mossoró, como eu, participaram, jubilosos e entusiasmados, com um marco importante na vida religiosa da Paróquia de São José, em nossa cidade, e que completará em 2016 meio século na condição paroquial. Construída a capelinha em homenagem ao São José ou José de Nazaré ou José, o Carpinteiro, homenageando aquele a quem Deus incumbiu a missão de ser o pai terreno de Jesus Cristo, no longínquo ano de 1936, logo nos primórdios da instalação da nossa Diocese. Mas com o crescimento de afluxo de fiéis, notadamente dos bairros adjacentes, Bom Jardim, Paredões, Alto do Louvor e outros, o templo se tornou pequeno para um crescido rebanho.

Coube ao Padre Carlinhos Dantas, jovem e vigoroso formulador da doutrina cristã, incansável atual Pároco de São José, realizar em 27.07.2014 a primeira reunião com o seu animado rebanho, no sentido de solucionar o problema da construção de uma nova casa, fincada nos princípios da cristandade, mas que pudesse acomodar melhor os praticantes da fé, sob a égide do santo operário. Em 02 de novembro de 2014, com um exército pronto à reformulação do templo, era apresentado o projeto, nas missas celebradas, nas visitas domiciliares, nas reuniões sempre participativas, enfim, na estrada do bom semear o propósito acolhia a aprovação de cada um, e de todos.

Aqui e acolá, sem abater o ânimo sereno dos combatentes, era lançada, como crítica, uma incerteza de que 
fosse possível, colocada abaixo a capelinha antiga, arquitetura bonita e já característica emblemática do bairro São José, a edificação de um novo campanário e que isto fosse realizado em tão pouco tempo. Passados os tradicionais festejos do 19 de março de 2015, como que tendo a urgência de uma vida, o incansável Padre Carlinhos, com mais fé do que São Tomé, e sua equipe, levados pela precariedade das instalações de área física e arquitetônicas , de eletricidade e do próprio teto da igrejinha, são instados a derrubá-la, na certeza de erguer, com a benção de Deus, e com o empenho de todos os paroquianos, a nova igreja, guardando as belas linhas arquiteturais antigas, agora ampliada, moderna e acolhedora a todos que para ela acorram, com portas abertas, sem distinção social, econômica ou de raça. Ela continuará sendo uma, santa e relicário. Num orçamento de R$.800 mil (oitocentos mil reais), talvez muito para uma população predominantemente de poucas posses financeiras, sem contar com nenhum centavo externo, ou de políticos, ou de entidades governamentais, pela Constituição do Brasil, o país é laico. Aonde habita Deus, sempre haverá a boa vontade por parte de suas criaturas. E esta corrente de elos leva a aguerrida legião às mais diferentes campanhas coletoras de pequenos recursos para a consecução da obra. Surgem várias vertentes operacionalizadoras, a campanha do carnê, o bazar de objetos usados, festivais de prêmios, doações voluntárias, jantar, feijoada e festivais beneficentes, campanhas do ouro usado, doado para o objetivo da construção, e do cofrinho, com crianças despertadas para fazer um cofre com moedas para o sentimento da fé, campanha de papel para reciclar. Tudo pela generosidade um povo bom, pobre, mas atento ao apelo da igreja, população que havia sido consultada e, previamente, aprovara a novação.

Domingo último, dia 13, seis meses depois, parecendo até um milagre como, por exemplo, aquela cena da multiplicação dos pães e peixes, além de nos levar a entender a missão que temos utilizando os dons e talentos que dispomos colocando-os nas mãos de Deus, nos remete a perceber os três personagens do texto: Jesus, multiplicando os pães e peixes, os discípulos sendo usados para levar estes pães e peixes para satisfazer a fome da multidão e aquelas aproximadamente dez mil pessoas sendo alimentadas e satisfeitas por este milagre de Cristo, o que assistimos? Em Mossoró, nossa cidade querida, que passa por atual crise econômico-financeira grave, com desemprego e pobreza, Matriz de São José nova, entregue aos filhos de Deus, júbilo natural para o bispo da Diocese, o operoso Dom Mariano Manzana, para o seu Pároco Carlinhos, com apenas oito anos de sacerdócio, lhe sendo dada a certeza de que foi escolhido para servir, revestido, pela sua modéstia e humildade, de uma lição que não vai ser esquecida, como líder do movimento, sendo sucessor em São José, dentre outros, do saudável Monsenhor Hamilcar Mota da Silveira e do inesquecível padre italiano Guido Tonelotto , este com um trabalho social admirável e dos mais profícuos em favor dos menos favorecidos , ambos queridos e lembrados pelos paroquianos até hoje. Viva São José, padroeiro do silêncio e do trabalho! 


Por Elviro Rebouças
Economista e Empresário

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