O poetinha Vinícius de Moraes, em Samba da Benção, no
encantamento da bossa nova, nos mostrou que “É melhor ser alegre que ser
triste, Alegria é a melhor coisa que existe, É assim como a luz no coração, Mas
pra fazer um samba com beleza, É preciso um bocado de tristeza, Senão, não se
faz um samba não”. Já para o gênio mineiro Carlos Drummond de Andrade “Democracia é a forma de governo em que o povo imagina
estar no poder”. Vermos agora 900 mil pessoas (cálculo
Datafolha) espalhadas nas ruas, por todo o Brasil, no último domingo, dia 16 de
agosto, (em março 2 milhões já tinham feito a mesma caminhada) é um
encantamento, pois descobrimos que o
brasileiro, até que enfim, de tanto
sofrer pela corrupção institucionalizada em todos os vértices dos governos, e
com a ampla falta de espírito público
dos políticos ou, em outros melhores
tempos, “legítimos representantes“, de
todos os partidos constituídos, salvas
raríssimas exceções que louvam a regra. Mas dá tristeza o delicado momento
nacional por que passamos, nove meses depois, apenas, das reeleições da atual
Presidente da República, e do seu Vice, apesar de discreta margem de votos. Com
a Datafolha, Ibope e outros institutos acreditados convergindo, em tão pouco
tempo, que mais de 70% dos brasileiros consideram RUIM ou PÉSSIMA a
administração federal, que tem um mandato de ainda 40 meses a cumprir. A
estrada é longa, sem o mínimo apoio popular, com esquálida base política se
deteriorando a cada dia (ou grotesco episódio de roubalheira) e sem uma agenda
governamental palpável, convenhamos dificilmente os já indesejados
protagonistas situacionistas atuais terão referência para 2018. O ex-presidente
Lula (o mais fustigado nas últimas concentrações do protesto) já disse, que não havendo rápida reversão nas ruas: “PT
Saudações”.
INFLAÇÃO ACELERA A QUASE 10%ANO E A
CRISE AUMENTA – No acumulado em 12 meses, a inflação
acelerou para 9,57%, também mais alta do que a registrada em julho (que tinha
sido de 9,25%), e a maior neste tipo de comparação desde dezembro de 2003
(9,86%).Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) nesta última sexta-feira (21)..O indicador refere-se às famílias
com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas
do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. O governo estimava
uma inflação anualizada de 4,5%, ou seja, vamos para mais do dobro da desequilibrada
previsão, o que é lastimável.
DESEMPREGO
VAI A 7,5% E DEVE AUMENTAR – A taxa de
desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil
acelerou para 7,5% em julho, ante 6,9% em junho, segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do mês passado
surpreendeu os analistas, ficando acima do teto do intervalo das estimativas
apuradas, outro dado preocupante, face a agudeza do atual momento econômico que
vivenciamos.
SEGUNDO
TRIMESTRE A ECONOMIA ENCOLHEU 1,89% - ESTAMOS EM RECESSÃO – Com a Bovespa fazendo mínima
no ano, aos 46 mil pontos, e o dólar americano valendo oficialmente R$.3,50,
subindo só este ano mais de 30 por cento, a economia brasileira está em recessão,
com três trimestres seguidos mostrando contração, já havia indicado nesta terça-feira, dia 18 de agosto, o Banco Central, num ambiente de baixa confiança dos agentes econômicos e
instabilidade política que apontam para um futuro ainda negativo. O Índice de
Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do
Produto Interno Bruto (PIB), recuou 1,89 por cento no segundo trimestre deste
ano se comparado com os três meses imediatamente anteriores. No primeiro
trimestre deste ano, o IBC-Br mostrou que a economia brasileira havia recuado
0,88 por cento sobre o último trimestre de 2014 que, por sua vez, teve
contração de 0,45 por cento na mesma base de comparação. Os resultados reforçam
o caminho difícil a ser trilhado pela economia brasileira, que só deve voltar a
crescer em 2017, segundo economistas consultados na pesquisa Focus, do Banco
Central, que ouve semanalmente
uma centena de economistas. O PIB
brasileiro deve encolher 2,01 por cento neste ano e 0,15 por cento no próximo.
Se confirmado, o país terá registrado a pior recessão em 25 anos. Perdoe meu caro leitor, péssimas, entretanto
verazes informações. A desconfiança no Brasil, desde o impeachment de
Fernando Collor de Mello, em 1992, nunca esteve tão ascendente para o resto do
mundo. São Petrobrás, Eletrobrás, BNDES, empreiteiras e interesses escusos
conjugados. Estivemos bem na fita, crescimento econômico pujante, perspectivas
favoráveis, entretanto desde o início do primeiro governo da atual Presidente
as regras básicas do desenvolvimento foram abandonadas. Sílvio Caldas, o cantor
das despedidas, já havia nos brindado com “O
amor foi uma chama, Que o sopro do passado desfaz, Agora é cinza, Tudo acabado
e nada mais”. Aguardemos o que nos reserva o futuro!
*ELVIRO REBOUÇAS
ECONOMISTA E EMPRESÁRIO

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