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Governador faz balanço dos 100 dias de gestão 

Na entrevista exclusiva concedida ao Blog neste domingo, o governador aniversariante Robinson Faria reafirmou que será o governador do Turismo e mandou um recado para quem votou nele e para quem não votou também: disse que a população pode confiar no trabalho que ele faz e que continuará fazendo para ser, como prometeu na campanha, o melhor governador do Rio Grande do Norte.
Por Thaisa Galvão
Thaisa Galvão – Você acabou de reafirmar que o turismo será outra grande prioridade de sua gestão…
Robinson Faria – Eu prometi que iria fomentar as cadeias produtivas do nosso Estado, e a cadeia que dá mais emprego no Rio Grande do Norte é a do turismo. Em menos de dois meses lancei um decreto reduzindo o ICMS do querosene de aviação, e esse decreto já possibilitou novos voos para o Rio Grande do Norte, como também permitiu que as passagens aéreas se tornem mais baratas, e Natal hoje já passou a ser uma das capitais mais visitadas do Nordeste quando estava entre as últimas. Então o fomento do Governo ao turismo veio a curto prazo, o que muitos achavam que não iria acontecer, aconteceu.
Thaisa Galvão – E o saneamento, finalmente vai destravar?
Robinson Faria – Conseguimos todas as licenças ambientais, todos os entraves burocráticos e jurídicos que existiam, para o Estado aproveitar um financiamento que existia há vários anos, para sanear toda a cidade de Natal, que só tem 30% de área saneada, na zona Norte são apenas 3%, e nós vamos, em nosso governo, deixar a zona Norte e toda a capital, 100% saneadas.
Thaisa Galvão – Que mensagem você deixa para quem lhe elegeu e para quem não se elegeu nesse momento em que seu governo completa 100 dias?
Robinson Faria – Que a população pode confiar neste governo, onde a mudança foi verdadeira. O povo está testemunhando a nossa mudança, pelo comportamento, pelo governo técnico, pelo governo que trabalha com metas, que trabalha com planejamento, pela mudança de atitudes. Quero dizer à população que pode confiar que o governo vai dar certo. Vamos fazer o que prometi, o melhor e o maior governo da história do Rio Grande do Norte.
Thaisa Galvão – Nesses 3 meses seu Governo contabiliza números positivos. Os 3 meses da presidente Dilma foram de descrédito, de popularidade em baixa, de população nas ruas, de crise econômica. Isso é ruim para o Governo de Robinson?
Robinson Faria – O governo federal tem sido muito solidário, tem sido um grande parceiro, principalmente agora na questão do sistema prisional, onde o ministro Eduardo Cardozo, da Justiça, mandou para cá a Força Nacional, e eu espero que, independente do que está acontecendo no Brasil na questão política, o governo federal seja um parceiro do povo do Rio Grande do Norte.
Thaisa Galvão – Você acredita na recuperação política e econômica do governo Dilma?
Robinson Faria – Espero que isso aconteça porque é bom para o Brasil. Como brasileiro, como patriota eu torço por essa recuperação da economia.
Thaisa Galvão – Qual a reforma política traçada por Robinson?
Robinson Faria – A reforma política eu espero que agora, finalmente, ela aconteça, aprovando mais transparência para as eleições na questão da utilização dos fundos partidários, das doações partidárias, que seja implantado o voto distrital, que é fundamental, e que sejam eleitos os mais votados, que se acabe com aquelas coligações que terminam elegendo um parlamentar com uma quantidade insignificante de votos em detrimento de outros com grande votação mas que não se elege, então temos que mudar esse critério e que se elejam os mais votados, como deve ser a democracia.
Thaisa Galvão – O que você espera em relação ao pacto federativo?
Robinson Faria – Seria a recuperação da autonomia da federação, o Brasil é uma federação, mas isso não está sendo respeitado, os Estados estão empobrecendo e os municípios também, temos que reequilibrar esse pacto porque hoje os Estados tem decretadas suas falências se não for feita uma correção nessa divisão do bolo tributário nacional.
Thaisa Galvão – O que está dando certo no Governo Robinson Faria?
Robinson Faria – Acho que tudo está dando certo, e quando eu falo tudo é porque o governo hoje tem uma equipe técnica, uma equipe motivada, uma equipe honesta, uma equipe em harmonia. Está dando certo porque a população confia no Governo, aonde eu viajo vejo que o povo credita ao Governo um Governo de confiança, o povo torce para o Governo dar certo, então eu acho que, na hora que a população está torcendo na sua casa, no seu trabalho, no seu lar para que o Governo dê certo, então eu acho que nós estamos no caminho que o povo esperava que fosse o caminho do nosso Governo.
Thaisa Galvão – E o que está sendo mais difícil?
Robinson Faria – Tudo é difícil, mas não adianta você governar, eu sou uma pessoa que detesto o negativismo. Eu sou otimista, motivado, sonhador e essa será minha essência. O negativismo não faz parte da minha alma, irei governar sempre com otimismo para buscar soluções., então acho que essa coisa de que não está dando certo é desculpa de governante que não consegue trabalhar.
Thaisa Galvão – Como é que está sua relação com a bancada federal?
Robinson Faria – A bancada federal tem sido solidária desde quando foi feita a escolha das emendas, a maioria delas em favor do governo do Estado, tenho tido grande apoio em Brasília do deputado Fábio Faria, que além de ser meu filho é uma pessoa interessada pelo Estado, do deputado Antônio Jácome, do deputado Beto Rosado, da senadora Fátima Bezerra, que tem sido uma grande parceira em Brasília, quero aqui fazer um registro de elogio à atuação solidária de Fátima com o governo e com o povo do Rio Grande do Norte em Brasília, e os demais senadores e deputados, mesmo aqueles que estavam no campo oposto à nossa caminhada em 2014, estão se colocando à disposição para ajudar ao Estado. Já me telefonaram Rogério Marinho, Felipe Maia, se colocando à disposição para ajudar ao Estado.
Thaisa Galvão – E sua relação com a Assembleia Legislativa?
Robinson Faria – É a melhor possível. Com essa Casa que eu fiz parte durante 24 anos, tenho uma relação de lealdade, de cordialidade e respeito dos deputados para com o governador e do governador para com os deputados, para com o poder legislativo, com total independência, é lógico que existem deputados que estão na bancada da oposição, mas faz parte, é inerente ao parlamento, eu não posso evitar que isso aconteça, mas a Assembleia tem sido, até agora, uma parceira do governo do Estado.
Thaisa Galvão – O deputado Kelps Lima, que faz oposição ao governo, disse que você não se preparou para ser governador.
Robinson Faria – É a opinião dele que está indo de encontro, conflitando com a maioria da população .Fazer oposição por oposição não é um bom caminho, eu acho que a oposição tem que ser consistente e com propostas. Uma oposição com discursos inflamados só para querer chamar atenção da opinião pública não é interessante. Eu já fui deputado de oposição e a oposição é interessante para honrar os votos que elegem o deputado é uma oposição construtiva, aquela que oferece caminhos, oferece propostas, e não aquela que só sabe criticar. Eu me preparei, tenho 26 anos de vida pública, tenho uma ficha limpa, comecei a campanha tido como o candidato que não tinha popularidade, candidato de mim mesmo, e consegui derrotar todos os partidos grandes do Estado reunidos, todos os que se diziam preparados.
Thaisa Galvão – Você está satisfeito com o trabalho do deputado Fernando Mineiro como líder do governo na Assembleia?
Robinson Faria – Totalmente satisfeito, o deputado tem feito um trabalho de muita competência, de muita lealdade ao Governo, de muita articulação, e foi uma grande escolha, bastante satisfeito, só tenho a parabenizar o deputado Mineiro.
Thaisa Galvão – 2016 já está chegando perto, qual vai ser o papel de Robinson Faria?
Robinson Faria – Eu não tenho pensado em política, Meu foco é procurar fazer um bom governo. Quando chegar 2016 aí iremos pensar, agora é governar para o povo, fazer um bom governo que ;e o que o povo espera de mim.
Thaisa Galvão – Você tem evitado tecer críticas ao governo anterior. Porém, ao mesmo tempo em que está abolindo o uso do retrovisor, pode estar assumindo um problema que não foi criado pela sua gestão…
Robinson Faria – Eu disse que não iria governar olhando para o retrovisor, que o povo elegeu um governador que iria começar o mandato trabalhando, e estou trabalhando. Um dia após a minha posse, grande parte de Natal e Grande Natal amanheceu com policiais nas ruas. No outro dia eu estava visitando hospitais regionais. Estou trabalhando sempre com a mensagem de que teremos soluções e os números dos fatos serão mostrados de acordo com o que for sendo constatado. Eu não posso ficar apontando os erros do passado como desculpa para eu não fazer o que a população espera que eu faça.
Thaisa Galvão – Está sendo feita uma auditoria na folha de pagamento…
Robinson Faria – Está sendo auditada a folha de pagamento, ativos, inativos e pensionistas, para que tenhamos uma folha verdadeira, para que nós possamos pagar uma folha real. Eu não vou tirar nenhuma conquista, nenhum direito garantido ao servidor público, até porque eu serei um governador parceiro do servidor público, mas o que tiver errado, o que não estiver dentro da lei será combatido.
Thaisa Galvão – Você espera economizar recursos com essa auditoria?
Robinson Faria – Se a auditoria mostrar, por exemplo, que existem pessoas com diversas matrículas ou pessoas morando em outra estado e recebendo um salário do nosso estado isso será corrigido, e com isso, é lógico, irá diminuir a folha.
Thaisa Galvão – Sua equipe vive hoje uma disparidade, houve o aumento para os secretários, o que permitiu uma aquisição de bons nomes para sua equipe, mas a partir do secretario adjunto, a realidade é outra. Existe plano e prazo para solucionar isso?
Robinson Faria – Temos que recuperar primeiro a situação financeira e econômica do Estado e hoje as prioridade são as questões da saúde e da segurança pública, que era e ainda é o clamor número um da população do Estado. É lógico que dentro da política nossa de valorização do servidor, que também é prioridade minha como governador, na hora em que o Estado tiver o seu equilíbrio fiscal, hoje está acima do limite legal, eu não posso conceder nenhum aumento, mesmo com a boa vontade do governador, não posso dar esse aumento porque recebi o Estado, no último quadrimestre do governo passado, com o limite acima do limite legal, e com isso o Estado fica impedido por lei de conceder qualquer tipo de aumento.
Thaisa Galvão – Outro ponto bem difícil de se governar: a Saúde. Tem se reclamado que continua faltando medicamentos e materiais em hospitais. O que o governo está fazendo para minimizar problemas como esses?
Robinson Faria – Eu disse que não iria me acomodar, me trancar num gabinete e me esconder da realidade, e que faria no meu governo um gabinete itinerante e eu estou cumprindo a minha palavra. Primeiro prometi um governo técnico e cumpri, e segundo que iria visitar os hospitais e já visitei 12 hospitais do Estado, no interior e na capital, levando comigo toda a equipe da Saúde,  secretario e sua equipe, e em todos esses hospitais estão sendo feitos diagnósticos. Muitos estão com equipamentos sucateados, mamógrafos, aparelhos de raio X, equipamentos essenciais que estavam quebrados há vários anos e estamos recuperando vários deles, estamos voltando a equipar, mesmo com poucos recursos, esses hospitais, e quase que dobramos, mesmo com a situação financeira difícil, o custeio na Saúde. Na hora que você dobra o custeio significa dizer que terá mais remédio, mais equipamentos, e mais serviço.
Thaisa Galvão – E a Unicat? As pessoas estão cobrando seu pleno funcionamento.
Robinson Faria – A Unicat está dentro desse custeio, que quase que foi dobrado em nossa gestão.
Thaisa Galvão – Tem se falado que o secretario de Saúde, Ricardo Lagreca já teria ameaçado pedir o boné.
Robinson Faria – Pelo contrário, o secretario Lagreca está bastante motivado, é um excelente quadro, foi convidado algumas vezes para ser secretario mas nunca aceitou porque não vis os governos com perfis técnicos. Com a nossa opção por um governo técnico, o secretario Lagreca se sentiu motivado a fazer parte dessa equipe. E continua bastante motivado, fala comigo quase todos os dias, está uito entusiasmado, já está vendo a Saúde prosperar, já temos hoje o Walfredo Gurgel sem ninguém nos corredores, a imprensa deveria mostrar. Já temos hospitais do interior com grande parte recuperada, portanto não há motivo para o secretario Lagreca sair. É lógico que ainda temos muita coisa pela frente, mas a saúde, que é uma máquina cara, o estado tem 25 hospitais regionais, recuperar todos eles não é fácil, mas estamos recuperando, moralizando a gestão com honestidade para poder ter recursos para investimento. Essa é uma promessa que fiz na campanha e estou cumprindo, de recuperação dos hospitais.
Thaisa Galvão – Outro grande desafio enfrentado nesse primeiro momento de sua gestão foi a crise prisional…
Robinson Faria – Nós herdamos um Estado, infelizmente, com um déficit de 4 mil vagas no sistema prisional. Esse déficit caiu em nosso colo, na nossa gestão. Aí aconteceu a rebelião, mas nós conseguimos, em menos de 48 horas, uma grande pactuação, com uma atitude corajosa do Governo do Estado e do governador, que sem fazer nenhum tipo de concessão, sem negociar, conseguimos dissolver e apaziguar a rebelião, diferente do que aconteceu em São Paulo, no Maranhão e em Santa Catarina, que passaram vários meses. Nós vencemos uma rebelião em apenas 48 horas. Então eu acho que o Estado demonstrou que num momento de crise soube se posicionar e saiu vitorioso.
Thaisa Galvão – Esse problema é antigo. O então presidente do CNJ e do STF, ministro Joaquim Barbosa, veio a Natal e visitou, in loco, os presídios, mostrou o caos, o ministro da Justiça prometeu solução através do projeto Brasil Mais Seguro, mas nada aconteceu até agora, houve , inclusive, devolução de dinheiro. O que está sendo diferente já que a presidente da República é a mesma e o ministro da Justiça também?
Robinson Faria – O que é diferente é que hoje nós temos políticas públicas com prioridade na segurança pública. E a segurança pública ela passa pela recuperação do sistema prisional com a construção de novos presídios, e também de medidas sócio-educativas, para atenuar a situação dos presídios. Você tem que trabalhar fora e dentro dos presídios. A parte de humanização dos apenados, o direito à cidadania, à saúde, à leitura, à educação, a parte social será trabalhada, e fora do presídio nós vamos cumprir as nossas metas com a construção de novos presídios. Já busquei uma parceria com o governo federal, já me reuni com o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo mais de 4 vezes, vamos trazer para o RN o ‘Brasil mais Seguro’ que não funcionou na gestão passada, já tivemos redução de mais de 30% dos indicadores, portanto estamos no caminho certo. O sistema prisional, assim como o CIOSP, faz parte de nossas metas para dar segurança ao povo do Estado. Tínhamos um CIOSP incompleto, sub-utilizado, mas que agora vai ser super utilizado, interligado com o interior. Estamos comprando novas câmeras porque não adianta ter um CIOSP e não ter câmera interligando esse CIOSP. Já estamos licitando a compra de novas câmeras para Natal e Grande Natal, interligar com o CIOSP, ter uma metodologia de acordo com o CIOSP, para poder ter segurança nos bairros. Vamos implantar o Ronda Cidadão para voltar a dar tranquilidade ao povo.

Thaisa Galvão – Isso tudo numa parceria com o Ministério da Justiça que se disse parceiro no governo anterior, mas a parceria acabou não acontecendo no governo anterior. A aliança com o PT pode ter feito a diferença?
Robinson Faria – Não funcionou porque o governo passado não planejou. Eu estive com o ministro da Justiça e ele relatou que não conseguiu fazer nada com o Rio Grande do Norte porque o próprio governo do Estado não dava continuidade às parcerias com o governo federal. Em nosso caso nós estamos buscando essa parceria, eu pedi ao ministro um diagnóstico da violência no Rio Grande do Norte, esse diagnóstico já está pronto, vamos ter um retrato do que motiva a violência, do que motiva os homicídios, a questão do crack, das drogas, vamos ter, brevemente, esse diagnóstico pronto, e a partir desse diagnóstico trabalhar com planejamento, as metas para os próximos 4 anos. A situação é diferente, cada gestão tem sua essência  e a nossa gestão trabalha com planejamento. Dentro do programa RN Sustentável, com recursos do Banco Mundial, a Secretaria de Segurança foi a que mais apresentou projetos.

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