“..mulher de muita fibra e sólida formação intelectual, está comemorando a sua reeleição desde domingo (26)”
A presidente Dilma Vana Rousseff (PT), nascida em Belo Horizonte-MG., economista de 66 anos de idade, mulher de muita fibra e sólida formação intelectual, está comemorando a sua reeleição desde domingo (26), quando ganhou do mineiro Aécio Neves (PSDB), neto de imortal presidente Tancredo de Almeida Neves, por 51,6% contra 48,4% do tucano.
Porém, não vai haver muito tempo para comemorar, em meio aos desafios que o seu novo governo terá em 2015 – e que já vem se refletindo neste ano. Recuperar a confiança do empresariado, retomar o crescimento da economia, e também há a questão da governabilidade.
Não são triviais as dificuldades de ordem política que a presidente Dilma terá de enfrentar após ter conquistado, legitimamente, o direito de continuar a comandar o governo federal por mais quatro anos. A vitória apertada nas urnas não parece representar um problema, ao contrário, pode até trabalhar a favor, caso tenha sido absorvida como sinal de alerta e incentivo à correção de rumos na economia e na política.
As dificuldades começam pelo revigoramento da oposição, o PSDB saiu da eleição mais aparelhado para combater programaticamente o PT e, por conta do jogo bruto da campanha, muito provavelmente, mais disposto a marcar sob pressão o novo governo, e para isto já existe um ícone, Aécio Neves.
Os problemas também atingem a base aliada: os conflitos passados e outros que surgiram nesta eleição, especialmente com o PMDB, exigirão cuidadoso trabalho de reparação de danos por parte dos operadores políticos do governo. Além disso, a fragmentação do Congresso também imporá mais dificuldades à relação do Planalto com a Câmara e o Senado.
E agitar a bandeira da reforma política, como fez no domingo, dia 26 de outubro, não ajudará a vigorosa Dilma a enfrentar esses múltiplos problemas. Para eles, a reforma política, por certo, é uma demanda crescente da sociedade. Porém, ao menos até o momento, não se traduz em medidas concretas. A reforma política mais divide do que une os partidos.
E mobilizar um plebiscito para tratar do assunto em meio a um ambiente político conturbado pode ser bastante perturbador. Vale ressaltar que, logo após a reeleição da presidente, a Câmara já impôs a primeira derrota a ela, após votação anular o decreto da Política Nacional de Participação Social.
Em seu discurso no domingo à noite, a presidente Dilma afirmou que está mais madura, preparada e serena para enfrentar o segundo mandato. Precisará mesmo de muita maturidade, preparo e serenidade, pois a tempestade perfeita que ameaçou a economia este ano e acabou se dissipando, poderá desabar sobre o Planalto em 2015 sob a forma de crise política.
Em editorial na edição da última terça-feira (28), o jornal britânico Financial Times destacou o que Dilma precisa fazer. Para a publicação, “o Brasil precisa desesperadamente de um choque de credibilidade”. “Dilma Rousseff deve agora traçar um novo curso para um país dividido que sofre de desaceleração da economia em meio a um ambiente global cada vez mais difícil.
A necessidade de mudança é urgente”, afirmou. Para a publicação, a presidente reeleita tem que fazer esse choque de modo a retomar a confiança do sul do País, que votou em peso a favor do seu adversário nas eleições de domingo. O FT disse que, sem o apoio da região, “há pouca esperança de alcançar o maior investimento que o Brasil precisa”. A receita para isso é extensa, mas consiste como medida mais urgente nomear um novo ministro da Fazenda “com estatura e autonomia suficientes para resolver os problemas econômicos do Brasil”.
“Se ela não o fizer, os mercados financeiros irão forçar um ajuste. Os investidores não estão dispostos a dar o benefício da dúvida”. Em matéria do blog BeyondBrics, do FT, a publicação fez recomendações para Dilma em seu novo mandato. Reequilíbrio fiscal, estabilização dos fundamentos macroeconômicos em meio ao cenário de crescimento baixo e inflação alta, fechamento dos gargalos de infraestrutura, melhorar a qualidade da educação e aumentar o comércio internacional são alguns dos compromissos que a presidente deveria assumir.
Assim, Dilma também terá que delegar mais e ser menos centralizadora, além de adotar medidas impopulares no início para retomar a estabilidade macroeconômica. Agora, após a comemoração, Dilma terá que retomar rapidamente os trabalhos para ter um início de segundo mandato mais tranqüilo.
Só saberemos quais são as verdadeiras intenções da presidente Dilma reeleita quando ela anunciar os integrantes de seu futuro ministério, especialmente o ministro da Fazenda e o da negociação política. A presidente e o PT saem das urnas vitoriosas, mas enfraquecidos, com menos votos que jamais conseguiram, tanto para a presidência da República quanto para o Congresso. Por região, é possível ver-se a redução de votação do PT.
Em 2010, a candidata Dilma venceu em três regiões: norte, nordeste e sudeste. No domingo, venceu no norte e no nordeste. Sua votação cresceu apenas no nordeste, onde obteve 72% dos votos contra 70% em 2010. No norte, repetiu o mesmo índice: 57%.
No centro-oeste, em vez de um empate virtual em 2010, perdeu de 57% a 43%. Já no sudeste, apesar da vitória em Minas, perdeu de 56% a 44%. Em 2010, venceu na região de 51% a 48%. No Sul, perdeu de 59% a 41%, quando teve em 2010 46% dos votos. O novo governo tem pela frente um mandato dificílimo, basicamente devido à própria “herança maldita” com que terão que lidar.
Não apenas na parte econômica, mas, sobretudo, no combate à corrupção, com o caso da Petrobras já em processo de delação premiada que levará ao envolvimento de inúmeros políticos do Congresso, e do Executivo. O PT continua com a maior bancada da Câmara, mas perdeu nada menos que 18 deputados federais. No Senado, continuará sendo a segunda maior bancada, mas com um senador a menos.
Elegeu cinco governadores, sendo que a jóia da coroa é sem dúvida Minas Gerais, arrebatada do grupo político do senador Aécio Neves, graças ao prestígio de Fernando Pimentel. Mas será o partido que governará a menor percentagem do PIB nacional entre os três maiores, com 16,1%.
O PSDB continuará a governar a maior parcela do PIB (44,4%). Em segundo lugar no PIB está o PMDB, com (22,4%), que ficou com o maior número de governadores e dois dos maiores colégios eleitorais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A cada um de nós brasileiros, natalense ou mossoroense, gaúcho ou catarinense, roraimense ou amapaense, cabe o papel de, cumprindo todo dia com o dever de cidadão, aguardar do novo Governo por dias melhores. Você não acha leitor?
A presidente Dilma Vana Rousseff (PT), nascida em Belo Horizonte-MG., economista de 66 anos de idade, mulher de muita fibra e sólida formação intelectual, está comemorando a sua reeleição desde domingo (26), quando ganhou do mineiro Aécio Neves (PSDB), neto de imortal presidente Tancredo de Almeida Neves, por 51,6% contra 48,4% do tucano.
Porém, não vai haver muito tempo para comemorar, em meio aos desafios que o seu novo governo terá em 2015 – e que já vem se refletindo neste ano. Recuperar a confiança do empresariado, retomar o crescimento da economia, e também há a questão da governabilidade.
Não são triviais as dificuldades de ordem política que a presidente Dilma terá de enfrentar após ter conquistado, legitimamente, o direito de continuar a comandar o governo federal por mais quatro anos. A vitória apertada nas urnas não parece representar um problema, ao contrário, pode até trabalhar a favor, caso tenha sido absorvida como sinal de alerta e incentivo à correção de rumos na economia e na política.
As dificuldades começam pelo revigoramento da oposição, o PSDB saiu da eleição mais aparelhado para combater programaticamente o PT e, por conta do jogo bruto da campanha, muito provavelmente, mais disposto a marcar sob pressão o novo governo, e para isto já existe um ícone, Aécio Neves.
Os problemas também atingem a base aliada: os conflitos passados e outros que surgiram nesta eleição, especialmente com o PMDB, exigirão cuidadoso trabalho de reparação de danos por parte dos operadores políticos do governo. Além disso, a fragmentação do Congresso também imporá mais dificuldades à relação do Planalto com a Câmara e o Senado.
E agitar a bandeira da reforma política, como fez no domingo, dia 26 de outubro, não ajudará a vigorosa Dilma a enfrentar esses múltiplos problemas. Para eles, a reforma política, por certo, é uma demanda crescente da sociedade. Porém, ao menos até o momento, não se traduz em medidas concretas. A reforma política mais divide do que une os partidos.
E mobilizar um plebiscito para tratar do assunto em meio a um ambiente político conturbado pode ser bastante perturbador. Vale ressaltar que, logo após a reeleição da presidente, a Câmara já impôs a primeira derrota a ela, após votação anular o decreto da Política Nacional de Participação Social.
Em seu discurso no domingo à noite, a presidente Dilma afirmou que está mais madura, preparada e serena para enfrentar o segundo mandato. Precisará mesmo de muita maturidade, preparo e serenidade, pois a tempestade perfeita que ameaçou a economia este ano e acabou se dissipando, poderá desabar sobre o Planalto em 2015 sob a forma de crise política.
Em editorial na edição da última terça-feira (28), o jornal britânico Financial Times destacou o que Dilma precisa fazer. Para a publicação, “o Brasil precisa desesperadamente de um choque de credibilidade”. “Dilma Rousseff deve agora traçar um novo curso para um país dividido que sofre de desaceleração da economia em meio a um ambiente global cada vez mais difícil.
A necessidade de mudança é urgente”, afirmou. Para a publicação, a presidente reeleita tem que fazer esse choque de modo a retomar a confiança do sul do País, que votou em peso a favor do seu adversário nas eleições de domingo. O FT disse que, sem o apoio da região, “há pouca esperança de alcançar o maior investimento que o Brasil precisa”. A receita para isso é extensa, mas consiste como medida mais urgente nomear um novo ministro da Fazenda “com estatura e autonomia suficientes para resolver os problemas econômicos do Brasil”.
“Se ela não o fizer, os mercados financeiros irão forçar um ajuste. Os investidores não estão dispostos a dar o benefício da dúvida”. Em matéria do blog BeyondBrics, do FT, a publicação fez recomendações para Dilma em seu novo mandato. Reequilíbrio fiscal, estabilização dos fundamentos macroeconômicos em meio ao cenário de crescimento baixo e inflação alta, fechamento dos gargalos de infraestrutura, melhorar a qualidade da educação e aumentar o comércio internacional são alguns dos compromissos que a presidente deveria assumir.
Assim, Dilma também terá que delegar mais e ser menos centralizadora, além de adotar medidas impopulares no início para retomar a estabilidade macroeconômica. Agora, após a comemoração, Dilma terá que retomar rapidamente os trabalhos para ter um início de segundo mandato mais tranqüilo.
Só saberemos quais são as verdadeiras intenções da presidente Dilma reeleita quando ela anunciar os integrantes de seu futuro ministério, especialmente o ministro da Fazenda e o da negociação política. A presidente e o PT saem das urnas vitoriosas, mas enfraquecidos, com menos votos que jamais conseguiram, tanto para a presidência da República quanto para o Congresso. Por região, é possível ver-se a redução de votação do PT.
Em 2010, a candidata Dilma venceu em três regiões: norte, nordeste e sudeste. No domingo, venceu no norte e no nordeste. Sua votação cresceu apenas no nordeste, onde obteve 72% dos votos contra 70% em 2010. No norte, repetiu o mesmo índice: 57%.
No centro-oeste, em vez de um empate virtual em 2010, perdeu de 57% a 43%. Já no sudeste, apesar da vitória em Minas, perdeu de 56% a 44%. Em 2010, venceu na região de 51% a 48%. No Sul, perdeu de 59% a 41%, quando teve em 2010 46% dos votos. O novo governo tem pela frente um mandato dificílimo, basicamente devido à própria “herança maldita” com que terão que lidar.
Não apenas na parte econômica, mas, sobretudo, no combate à corrupção, com o caso da Petrobras já em processo de delação premiada que levará ao envolvimento de inúmeros políticos do Congresso, e do Executivo. O PT continua com a maior bancada da Câmara, mas perdeu nada menos que 18 deputados federais. No Senado, continuará sendo a segunda maior bancada, mas com um senador a menos.
Elegeu cinco governadores, sendo que a jóia da coroa é sem dúvida Minas Gerais, arrebatada do grupo político do senador Aécio Neves, graças ao prestígio de Fernando Pimentel. Mas será o partido que governará a menor percentagem do PIB nacional entre os três maiores, com 16,1%.
O PSDB continuará a governar a maior parcela do PIB (44,4%). Em segundo lugar no PIB está o PMDB, com (22,4%), que ficou com o maior número de governadores e dois dos maiores colégios eleitorais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A cada um de nós brasileiros, natalense ou mossoroense, gaúcho ou catarinense, roraimense ou amapaense, cabe o papel de, cumprindo todo dia com o dever de cidadão, aguardar do novo Governo por dias melhores. Você não acha leitor?
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